A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) lançou nesta sexta-feira uma versão inicial e não tripulada de uma cápsula que fará um teste com o objetivo de demonstrar a conveniência da exploração humana do sistema solar nas próximas décadas.
A Orion subiu aos céus levada pelo foguete Delta IV e está programada para fazer duas órbitas ao redor da Terra durante sua jornada, de cerca de cinco horas. A cápsula deve chegar a uma altitude máxima de 5.790 quilômetros, cerca de 15 vezes mais alto do que a trajetória da Estação Espacial Internacional. O principal objetivo é demonstrar a capacidade dos sistemas eletrônicos da Orion de resistir a picos de radiação e a seguir voltar para a Terra, testando assim seu escudo de calor e seus paraquedas.
Ao contrário do que aconteceu na quinta-feira, quando fortes ventos e problemas na válvulas de combustível impediram o lançamento, a contagem regressiva de hoje aconteceu sem atrasos.
Instalada no topo do mais forte propulsor da Força Aérea, que gerou mais de 2 milhões de libras de empuxo na decolagem, o foguete Delta IV levou a Orion para os céus de Cabo Canaveral, na Flórida, pouco depois das 7h (horário local, 10h em Brasília).
Especialistas da agência disseram que os motores do foguete funcionaram como previsto e que o segundo estágio entrou em ignição no momento certo, cerca de 6 minutos após a decolagem. Com o foguete a cerca de 200 quilômetros de altura, os sistemas de emergência, destinados a proteger os astronautas, funcionaram como esperado.
Nove minutos após o início do voo, a Nasa disse que o foguete estavam “funcionando perfeitamente até agora”.
Com uma velocidade prevista de 32.180 quilômetros por hora ao reentrar na atmosfera, a cápsula deve reduzir sua velocidade para cerca de 27 quilômetros por hora antes de cair no oceano Pacífico, a cerca de 960 quilômetros a sudoeste de San Diego.
Marc Geyer, gerente de programa da Orion, disse que o foguete Delta IV colocou a cápsula, construída pela Lockheed Martin Corp., numa “órbita perfeita” e “tudo parece certo”. Depois de cerca de uma hora após o início da missão, o segundo estágio do foguete deveria realizar outra queima de combustível para ajudar na propulsão da cápsula para um ponto mais alto.
O objetivo é fazer da Orion o centro do programa de exploração humana do espaço da Nasa, mas o financiamento do programa e discordâncias políticas tornam incerto o futuro do projeto.
Se tudo correr como planejado, o teste desta sexta-feira marcará a primeira vez, desde 1972 quando a Apollo 17 voltou da Lua, que uma nave construída para levar astronautas se aventura além da órbita da Terra.
A Órion deve levar astronautas para um asteroide e, eventualmente, para Marte, algo que deve acontecer no final dos anos 2030. Uma viagem de ida e volta às proximidades de Marte levaria até dois anos. Para lidar com os rigores do trajeto, a Orion foi desenhada para levar várias vezes a quantidade de água, comida e propelente usada pelas cápsulas que servem a Estação Espacial Internacional. Fonte: Dow Jones Newswires.