A NBA suspendeu por um ano nesta terça-feira o empresário americano Robert Sarver, proprietário do Phoenix Suns e do Phoenix Mercury (equipe da WNBA), por "conduta inadequada e falhas organizacionais", entre casos de racismo e machismo. Ele também foi multado em US$ 10 milhões, equivalente a R$ 51 milhões.
A decisão tem por base um relatório independente produzido a pedido da cúpula da NBA, que contratou um escritório de advocacia para investigar as seguidas denúncias contra o comportamento de Sarver. Eram relatos de racismo, misoginia, racismo e diversos episódios de hostilidade no ambiente de trabalho ao longo de quase 20 anos à frente dos Suns.
De acordo com o relatório, Sarver "afirmou repetidamente e supostamente a palavra que começa com N em ao menos cinco ocasiões durante sua gestão no Suns", em referência à palavra "nigger", considerada altamente ofensiva e racista nos Estados Unidos. Apesar disso, o documento diz não ter encontrado evidências de que o dono da franquia "usou a linguagem abusiva com a intenção de rebaixar as pessoas".
A investigação também apontou que Sarver usava linguagem considerada humilhante diante de funcionárias. Há relatos de que ele dizia a mulheres grávidas que elas não estariam mais em condições de exercer suas funções após virarem mães. O empresário também fazia comentários e piadas de cunho sexista e gritava com funcionários, fazia bullying, e usava linguagem "em níveis abaixo do que seria adequado para o padrão num ambiente de trabalho".
O Phoenix Suns ainda não comentou a decisão da NBA. Procurado pela agência de notícias The Associated Press, o empresário não atendeu às ligações e nem respondeu as mensagens.
Com a suspensão, Sarver não poderá estar presente em nenhuma estrutura ou evento da NBA ou da WNBA, o que inclui ginásios e escritórios, ao longo dos próximos 12 meses. Também não poderá acompanhar jogos in loco, treinos e atividades ligadas às questões comerciais da NBA. E não poderá representar as duas equipes em eventos públicos.
A direção da NBA afirmou que a multa de US$ 10 milhões será doada para "organizações que se comprometem a combater preconceitos dentro e fora do ambiente de trabalho". "As declarações e as condutas descritas na apuração da investigação independente são problemáticas e decepcionantes", afirmou o comissário da NBA, Adam Silver.
"Acreditamos que as consequências (da apuração) está corretas, levando em consideração todos os fatos, circunstâncias e o contexto trazidos à luz por esta investigação que cobriu um período de 18 anos. Temos um compromisso em apoiar condutas adequadas nos ambientes de trabalho da NBA", afirmou Silver.