Estadão

Índice de inadimplência do País sobe 5,1% no 1º trimestre, mostra Boa Vista

O indicador da Boa Vista que mede a inadimplência no País registrou alta de 2,3% em março, após subir 0,2% em fevereiro. Com isso, encerrou o primeiro trimestre com crescimento de 5,1% na comparação com o período de outubro a dezembro de 2022.

Na série de dados originais o aumento na comparação interanual ainda é forte, destaca. Em março, o índice foi de 8,4%, mas diminuiu em relação ante os dados anteriores, de 25,8% em fevereiro e de 27,7% em janeiro.

"Com o resultado de março o indicador somou nove altas consecutivas na comparação mensal e isso mostra que as famílias têm tido muitas dificuldades para manter as contas em dia. Apesar da renda real apresentar agora uma tendência positiva, o desemprego tem aumentado", avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Como observa Calife, o comprometimento da renda e o endividamento vinham caindo aos poucos, mas ainda são muitos altos diante de um quadro de juros elevados. "Mas é importante lembrar também que em março do ano passado a comparação interanual havia sido negativa, ou seja, esse menor crescimento de agora foi sobre uma base mais fraca de comparação. A desaceleração que é esperada para este ano ainda não foi vista, mas deve começar a aparecer, sobretudo, durante o 2º semestre", estima.

Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o índice de inadimplência cresceu 19,7%. Segundo a Boa Vista, a perda de ritmo ainda não surtiu efeito na curva de longo prazo do indicador, medida pela variação acumulada em 12 meses, que passou de 19,9% em dezembro de 2022 para 22,4% ao final de março de 2023.

<b>Crédito</b>

O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista em março repetiu a taxa de 1,5% de fevereiro, finalizando o primeiro trimestre com elevação de 0,9%, com ajuste sazonal.

O índice avançou 15,1% em relação a março do ano passado e acumulou alta de 18,4% em comparação aos três primeiros meses de 2022. A curva de longo prazo do indicador também acelerou neste período, passando de 15,4% ao final do ano passado para 16,7%. A Boa Vista espera desaceleração do dado ao longo de 2023.

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