O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 126,9 pontos em março, queda de 2,8 pontos (2,1%) ante fevereiro e de 32,8 pontos (20,5%) ante igual mês de 2022, quando teve o maior nível da história. O resultado, que foi pressionado pelos recuos nos índices de preços de cereais, óleos vegetais e lácteos, marca a 12º queda consecutiva.
O subíndice de preços dos cereais registrou média de 138,6 pontos em março, 8,2 pontos (5,6%) a menos em relação a fevereiro e 31,6 pontos (18,6%) abaixo de igual período do ano anterior. Segundo a organização, o resultado reflete o recuo nos preços internacionais dos principais cereais. Os preços internacionais do trigo, que recuaram 7,1%, foram os que mais caíram no período. A baixa de seu pela boa oferta global e pela forte concorrência entre os exportadores.
O levantamento mensal da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 131,8 pontos em março, 4,1 pontos (3,0%) a menos em relação a fevereiro e 47,7% abaixo do nível de março de 2022.
"A pressão sobre o índice se deu pelas cotações mais baixas dos óleos de soja, colza e girassol, mais do que compensando os preços mundiais mais altos do óleo de palma", diz a FAO, acrescentando que, depois de cair por três meses consecutivos, os preços do óleo de palma se recuperaram em março.
O subíndice de preços das carnes apresentou média de 113,0 pontos em março, ligeiramente acima (0,9 pontos e 0,8%) em relação a fevereiro, mas abaixo de 6,3 pontos (5,3%) em relação a igual mês do ano anterior. No mês, as cotações da carne bovina subiram, influenciadas pela alta dos preços internos nos Estados Unidos, onde a oferta de gado deve ser menor nos próximos meses.
Da mesma forma, os preços da carne suína subiram um pouco, principalmente pelos preços mais altos na Europa devido às contínuas limitações de oferta e ao aumento da demanda pré-Páscoa. Já os preços da carne de frango caíram pelo 9º mês consecutivo "com a demanda global de importação moderada, apesar dos desafios de oferta em meio a surtos generalizados de gripe aviária em vários grandes países exportadores."
O subíndice de preços de Laticínios registrou média de 130,3 pontos em março, queda de 1,1 ponto (0,8%) em relação a fevereiro e 15,6 pontos (10,7%) ante março/22, de acordo com o órgão. No mês, as cotações mais baixas do queijo e leite em pó pressionaram o resultado, enquanto os preços da manteiga mais altos ajudaram.
A FAO ainda registrou média de 127,0 pontos em março para o subíndice de preços do açúcar, alta de 1,8 ponto (1,5%) em relação a fevereiro. O número marca o segundo avanço mensal consecutivo e o nível mais alto desde outubro de 2016.
Segundo o órgão, a menor disponibilidade global de açúcar na safra 2022/23, após queda nas perspectivas de produção na Índia, Tailândia e China, impulsionaram o resultado. "No entanto, as perspectivas positivas para a safra de cana-de-açúcar no Brasil, prestes a ser colhida, limitaram a pressão altista sobre os preços mundiais do açúcar."