O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) permaneceu praticamente inalterado no mês de novembro, com uma média de 135,7 pontos ante 135,9 pontos em outubro, queda de 0,2 pontos (0,15%) ante o mês anterior. É o oitavo mês consecutivo que o índice registra baixa. O indicador permaneceu ainda marginalmente acima (0,3%) do seu valor no mês correspondente em 2021. Segundo a FAO, foram observadas quedas nos preços de cereais, laticínios e carnes, que quase compensaram os aumentos dos óleos vegetais e do açúcar.
O subíndice de preços dos cereais teve média de 150,4 pontos no mês passado, queda de 1,9 pontos (1,3%) em relação a outubro e 9 pontos (6,3%) acima de seu valor de novembro de 2021. De acordo com a organização, o trigo caiu 2,8%, pressionado pela renovação do acordo do corredor de exportação de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro e diminuição na demanda pelo cereal dos Estados Unidos. Os preços do milho recuaram 1,7%. Os preços globais da cevada tiveram crescimento de 2,5%, enquanto o sorgo teve redução de 1,2%.
O levantamento mensal da FAO apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 154,7 pontos em novembro, aumento mensal de 3,4 pontos (2,3%), após apresentar queda por sete meses consecutivos. "O aumento foi impulsionado pelos preços internacionais mais altos do óleo de palma e soja, mais do que compensando as cotações mais baixas do óleo de colza e girassol", justificou a organização.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das carnes caiu em novembro. Conforme a FAO, os preços das carnes tiveram média de 117,1 pontos no mês passado, com queda de 1,1 ponto (0,9% abaixo em relação a outubro), marcando o quinto declínio mensal após uma alta recorde em junho de 2022, mas se mantendo 4,6 pontos (4,1%) acima do mesmo período no ano anterior. Segundo a entidade, as cotações da carne bovina caíram pelo quinto mês consecutivo, enquanto a carne suína e a carne de aves apresentaram recuperação.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 137,5 pontos em novembro, queda de 1,7 pontos (1,2%) em relação ao mês anterior. Apesar de essa ser sua quinta baixa consecutiva, a média, porém, é 11,6 pontos (9,2%) acima do seu valor no mês correspondente ao ano passado. Segundo a FAO, em novembro, os preços internacionais do leite em pó desnatado e integral e da manteiga tiveram queda, enquanto os preços do queijo passaram por aumento sustentado por demanda de importação estável e disponibilidades de exportação menos dinâmicas dos principais países produtores da Europa Ocidental.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do açúcar ficou, em média, 114,3 pontos em novembro, aumento de 5,7 pontos (5,2%) em relação ao mês anterior, marcando a primeira alta após seis meses de queda consecutiva. Segundo a FAO, a recuperação de novembro se deu principalmente por causa da forte compra em meio à escassez global de oferta de açúcar relacionada a atrasos na colheita nos principais países produtores e ao anúncio da Índia de uma cota de exportação de açúcar mais baixa. A organização citou ainda os preços mais altos do etanol no Brasil.