O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, disse neste domingo que a necessidade de uma força conjunta árabe está crescendo a cada dia, à medida que a região enfrenta a ameaça da militância islâmica.
El-Sissi disse também, em um comentário transmitido pela televisão estatal, que o Exército egípcio não tem interesse em invadir, ou atacar, outras nações, mas que defenderá o Egito bem como a região “se necessário e em coordenação com outros irmãos árabes”.
O presidente afirmou que a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos ofereceram forças militares para ajudar o Egito depois da decapitação de 21 egípcios coptas cristãos por militantes do Estado Islâmico ma semana passada.
Aviões de guerra do Egito atingiram posições do Estado Islâmico na cidade de Darna, no oeste da Líbia, na segunda-feira, poucas horas após a divulgação de um vídeo mostrando as decapitações. El-Sissi disse, em seu discurso, que as aeronaves atingiram 13 alvos que haviam sido investigados e “cuidadosamente estudados”. O presidente não deu mais detalhes sobre a operação.
A declaração de El-Sissi de que é necessária uma força militar árabe conjunta foi a primeira confirmação pública por um líder árabe que a criação de tal força é uma possibilidade. Em novembro passado, a Associated Press informou que o Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait estavam discutindo a criação de um pacto militar para combater militantes islâmicos, com a possibilidade de uma força conjunta para intervir em todo o Oriente Médio.
El-Sissi elogiou a Arábia Saudita, Kuwait e os Emirados Árabes Unidos por sua ajuda multibilionária ao Egito após a queda de Morsi. A ajuda deles, afirmou o presidente, foi a principal razão “para o Egito ter continuado firme contra todos os desafios e dificuldades enfrentadas”. Ele também procurou acalmar os aliados árabes do Golfo ricos em petróleo sobre os supostos vazamentos de áudios que pretendiam mostrar que ele e membros de seu círculo íntimo queriam pressioná-los para obter cada dólar.
“Nós precisamos estar alertas para todas as tentativas designadas a provocar uma divisão entre nós e nossos irmãos”, afirmou o presidente, se dirigindo para seus aliados no Golfo. “Nós sabemos bem que não podemos nunca insultá-los. Nós estamos com vocês diante de todos os desafios que vocês enfrentam”, afirmou.
O grande imã da Al Azhar, xeque Ahmed al Tayeb, a principal autoridade muçulmana do Egito, disse neste domingo que uma leitura errada histórica do Alcorão e da vida do profeta Maomé levou ao extremismo entre os muçulmanos.
Falando na abertura de uma conferência intitulada “o Islã e a luta contra o terrorismo”, Al Tayeb condenou o terrorismo e pediu que a grade curricular religiosa seja reformada para enfatizar uma maior tolerância. Ele alertou também sobre uma conspiração para “dividir e conquistar” muçulmanos, que segundo ele, está sendo realizada por colonialistas e sionistas. Fontes: Associated Press.