Negociadores estão se reunindo em Cairo, no Egito, para tentar resgatar um plano de cessar-fogo em Gaza durante o mês sagrado islâmico do Ramadã, depois que forças armadas israelenses atiraram contra multidão de palestinos em meio a entrega de alimentos de um comboio de ajuda humanitária na quinta-feira, 28. O incidente mortal resultou em dezenas de mortes em Gaza e ameaças do Hamas de abandonar as negociações.
Com o desembarque de autoridades israelenses na capital egípcia no sábado, 02 e a chegada de uma delegação do Hamas e do Qatar no domingo, 03, espera-se que as conversações entrem em alta velocidade.
Contudo, os eventos mortais de quinta-feira, perto de um comboio de ajuda humanitária no norte de Gaza minaram o ímpeto das negociações nos últimos dias. O Hamas disse que Israel – cujos militares supervisionaram a entrega da ajuda humanitária – estava tentando se eximir da responsabilidade pelo que chamou de assassinato sistemático de palestinos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o tiroteio matou mais de 100 palestinos.
Já Israel alegou que matou menos de dez pessoas quando suas tropas atiraram contra uma multidão de palestinos e que muitos foram mortos por pistoleiros palestinos ou pisoteados até a morte no caos do momento.
Os dois lados estão correndo para superar suas diferenças, já que a estrutura anterior para um acordo estabelecia um prazo até 10 de março, o início do Ramadã. As autoridades do Hamas disseram aos negociadores que, nos próximos dias, poderão propor novos números para a quantidade de prisioneiros palestinos que esperam receber em troca dos cerca de 40 reféns israelenses. Enquanto isso, espera-se que Israel entregue no sábado uma lista de prisioneiros palestinos de alto nível que não serão libertados.
Os EUA, o Egito e o Catar também estão se esforçando para manter as negociações em andamento, fornecendo mais ajuda humanitária a Gaza nos próximos dias. A esperança é lidar com a fome disseminada na região e apaziguar o Hamas, que tem dito repetidamente que as negociações de cessar-fogo dependem do aumento da ajuda humanitária, especialmente para a metade norte da Faixa de Gaza. <b>Fonte: Dow Jones Newswires</b>