Estadão

Nelson Barbosa: Vamos entrar em contato com BC para questões regulatórias

Fora dos holofotes do governo de transição, o Banco Central será contactado pelo grupo de economia do governo de transição para tratar de questões regulatórias. A informação foi dada na tarde desta sexta-feira, 18, pelo ex-ministro Nelson Barbosa, um dos coordenadores do grupo, ao chegar ao CCBB para uma "reunião da transição". Os outros três coordenadores desse grupo são Persio Arida, André Lara Resende e Guilherme Mello.

Barbosa entrou rapidamente ao local e tentou se esquivar das perguntas da imprensa. Não respondeu, por exemplo, sobre o motivo do silêncio contínuo da equipe econômica da transição. Desde o ano passado, o BC conta com autonomia formal para executar a política monetária. Questionado pelo <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre que pontos o governo eleito poderia trabalhar com a autarquia, Barbosa respondeu: "Vamos entrar em contato com BC para questões regulatórias".

A única informação oficial do grupo até o momento foi uma nota divulgada na segunda-feira passada (14) solicitando acesso aos textos que embasam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

Estrela na transição de 2002 para o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República, o BC foi praticamente esquecido no processo deste ano, após a autonomia. De acordo com fontes próximas ao comando petista, apesar de o partido ter votado contra a independência da autoridade monetária, não está nos planos do novo governo questionar essa legislação. A ordem é focar na reformulação do Bolsa Família e evitar mais pontos de conflito com o mercado.

Roberto Campos Neto, que tem mandato à frente do BC até o fim de 2024, reiterou na semana passada sua disposição em continuar na cadeira até lá, até para mostrar que a autonomia realmente funciona. O presidente do BC disse que trabalhará com o novo governo e que a instituição ajudará o máximo possível para a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. Com um perfil político aflorado, o presidente do BC transita bem entre petistas, mesmo que tenha avaliações muitas vezes divergentes das dos quadros dos economistas do partido.

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