Com o ideia de criar uma picape maior que a Strada e menor que as médias oferecidas no mercado brasileiro, a Fiat buscou inovar ao lançar o Toro, com o objetivo de inaugurar um novo segmento no país. Porém, poucos meses antes, a Renault se adiantou ao apresentar a Oroch, que entrou para disputar a mesma fatia de consumidores. A fabricante mineira, porém, usou o desenvolvimento da coirmã Renegade, que leva a marca da Jeep, para lançar seu produto, com características parecidas de motorização e câmbio, além da plataforma.
O Toro chegou em várias versões com motores flex 1.8 e 2.0 turbodiesel e três diferentes câmbios – um manual e dois automáticos. O GuarulhosWeb avaliou durante uma semana a versão Freedom 1.8 16V Flex, câmbio automático de 6 marchas, 4×2, a que mais se aproxima do consumidor por ter um preço “acessível”. Sai por R$ 82.698,00. A top de linha, com motorização diesel, chega a R$ 122 mil.
Não há dúvidas que o Toro caiu no gosto do consumidor, principalmente das mulheres que desfilam pelas ruas das cidades a bordo da picape, que se assemelha bastante a um SUV. Por isso, a Fiat fala em SUP (Sport Utility Pick-up). Porém, precisa ver se ele consegue se manter atrativo depois que o modismo passar. De fato, ele tem linhas atraentes, que se destacam por inspirar modernidade. Apresenta-se como imponente sem ser grande. E ainda coloca motorista e passageiros em posição mais alta e passa certa impressão de superioridade.
A versão Freedom cumpre seu papel, oferecendo um bom número de equipamentos de série e razoável nível de conforto, até para os dois passageiros que vão no banco de trás. Porém, a Fiat – apesar de fazer uma picape maior que a Strada – não se preocupou com alguns detalhes que fazem o interior do Toro tender mais para um carro menor. Há poucos espaços para volumes. Faltam lugares apropriados até para deixar a carteira ou o celular. O monitor central do multimídia é pequeno demais para o que o carro se propõe.
Motor demonstra força na cidade
O motor do Toro Freedom é o flexível EtorQ Evo 1.8, que ganhou mais um sobrenome: VIS (do inglês, Variable Intake System – sistema de admissão variável), que lhe garante mais força e menor consumo de combustível. Entre os aprimoramentos do propulsor bicombustível 1.8 16V, destaca-se o uso do coletor de admissão, do eixo de comando e da bomba de óleo variáveis. Com isso, a potência saltou de 132 cv para 139 cv.
No uso na cidade, o Toro se mostra eficiente, com força e desempenho satisfatórios em diferentes condições. Porém o câmbio automático de seis velocidades repete um problema detectado no Renegade. Demora um pouco para fazer as trocas de marchas, causando certo incômodo. Aí, a saída passa por acelerar mais forte até que suba ou desça a marcha. Apesar de a Fiat informar sobre ganhos de até 5% no consumo, no uso urbano, com etanol, ficou entre 4 e 5 km/l.
Destaque para o conforto interno
Talvez esteja na suspensão, muito bem calibrada, um dos melhores atributos do Toro. Fugindo da característica de algumas picapes, que pulam demais, ele demonstra-se bastante agradável, sem sobressaltos garantindo um novo referencial de conforto interno.
Os bancos dianteiros e traseiros contam com diferentes níveis de densidade da espuma, de modo a proporcionar mais conforto em pequenos ou longos trajetos. Os encostos de cabeça dianteiros usam Polipropileno Expandido, que melhora a segurança e ameniza o efeito chicote do pescoço em caso de colisão traseira.
Nos bancos traseiros, a estrutura do assento foi desenvolvida em chapa de aço com perfil antimergulho. Isso evita o deslocamento do ocupante após uma colisão. O apoio de cabeça pode ser abaixado quase totalmente, aumentando a visibilidade do vidro traseiro quando não há ocupantes na parte de trás. O encosto é totalmente rebatível, e o descansa-braço central vem com porta-copos embutido.
A Fiat utilizou no Toro materiais que reduziram em até 70% o peso do pacote acústico (isolamentos usados para minimizar os ruídos dentro do habitáculo), sem perdas no conforto. Além disso, foram trabalhados até os isolamentos na região do vão do motor, nos pavimentos dianteiro e traseiro e também na parede que faz divisão com a caçamba. No acabamento do teto, foi utilizada uma camada de espuma de 4 mm em toda a região, que ajuda na absorção de ruídos provenientes do teto (ex: chuvas).
Já nos revestimentos de colunas centrais e traseiros, nos revestimentos da parede que divide a cabine da caçamba e embaixo do assento do banco traseiro, foi utilizado material acústicopremium, com grande performance acústica e menor peso. Tudo isso permitiu atingir um excelente índice de articulação interna (capacidade de falar em voz baixa dentro do veículo), muito superior ao das picapes médias.
Tencnologias disponíveis:
– Remote Start: permite ligar o carro a aproximadamente 50 metros de distância, acionando também o ar-condicionado
– Easy Entry: permite acessar o interior do carro mesmo com a chave no bolso. Basta tocar a maçaneta para o travamento/destravamento das portas.
– Keyless Entry 'N' Go: partida e desligamento do veículo através de um botão localizado no painel, sem necessidade de inserir a chave no contato.
– Central Multimídia Uconnect: tela colorida de LCD de 5 polegadas, sensível ao toque. Oferece rádio AM/FM, duas entradas USB para carregamento e reprodução de mídia, integração com iPod, navegação GPS, conexão Bluetooth, comandos no volante, reconhecimento de voz.
– Configuração de áudio: sistema é equipado com quatro alto-falantes, um em cada porta e 2tweeters no painel.
– Câmera de ré: tem grande ângulo de alcance, ampliando a segurança nas manobras de ré com a utilização de linhas de grade dinâmicas em escala de cores, que se movem de acordo com a posição do volante.
– Função Cornering: função integrada ao farol de neblina que acende automaticamente quando se faz uma curva em baixa velocidade, aumentando a visibilidade e a segurança.