Variedades

Nem todas as homenagens conseguiram vingar

As ressuscitações tecnológicas são controversas no meio artístico. O próprio cantor Pedro Mariano faz ressalvas. “Elas sempre me remeteram às homenagens. O uso contínuo parece cansar, não ter durabilidade”, ele diz, referindo-se a experiências mais radicais. A era dos encontros extraterrenos foi inaugurada em 1991, quando Natalie Cole conseguiu cantar e atuar em um vídeo ao lado do pai, o gigante Nat King Cole, interpretando Unforgettable. Natalie morreu em 2015 de hepatite C, exatos 50 anos depois da despedida do pai.

No Brasil, os hologramas entraram em cena mais de uma vez. Cazuza “apareceu” no Parque da Juventude, em São Paulo, em 2013, no mesmo dia em que morreu seu pai, o produtor João Araújo. Era o projeto GVT Music Live, e sua imagem cantava Exagerado à frente de um fundo preto, de camisa sobre regata branca, óculos escuros, calça jeans e faixa na cabeça.

Em junho do mesmo 2013, foi a vez de Renato Russo dar as caras. Estavam todos em pleno Estádio Mané Garrincha, em Brasília, com 14 convidados interpretando músicas da banda Legião Urbana e uma grande orquestra nos arranjos. Renato apareceu apenas no final para Há Tempos, mas houve problemas técnicos, como a sincronia da música executada pelo grupo com a parte em que Russo cantava, e o show sucumbiu nos tribunais das redes sociais. À revelia do próprio artista que não pode dar opiniões por hologramas, é sempre uma angústia mexer em sua obra. Elis Regina, pela responsabilidade que o próprio nome impôs, está segura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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