O líder da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), classificou como uma "pedalada tabajara" e eleitoreira o plano de se decretar situação emergencial do transporte de carga no Brasil. O parlamentar apontou que a medida estudada é a mais nova forma encontrada pelo governo para tentar gastar extraordinariamente e pagar o auxílio aos caminhoneiros sem ir de encontro com a legislação eleitoral.
"Eles estão tentando é oficializar uma pedalada, que não tem precedente no Brasil. Tem que passar pelo Congresso. Se a Câmara e o Senado aprovarem isso, vai ser uma pedalada, pedalada tabajara. É uma pedalada que vão tentar dar fora do orçamento para tentar justificar essa esmola para os caminhoneiros", afirmou Crispim ao <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo ele, o governo não discutiu com a frente sobre a medida, que foi levantada nesta sexta-feira, 24, pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
Bezerra é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do ICMS sobre combustíveis, por meio da qual o governo quer operacionalizar a concessão das benesses, como a ampliação do auxílio gás e do Auxílio Brasil, além do auxílio aos caminheiros, este estimado em R$ 1 mil mensais.
O presidente da frente da categoria reforçou que a entidade e os caminhoneiros não irão apoiar o plano do auxílio para os motoristas de transporte de cargas, e nem a aprovação de uma situação emergencial do transporte de carga, que precisaria passar pelo Congresso. "A frente deu todos os indicativos de solução e eles não querem dar o protagonismo para nós. Toda semana é uma presepada. A frente parlamentar nem os caminhoneiros apoiam nenhum vale, nenhuma forma de assistencialismo eleitoreiro", disse o deputado, que defende, por exemplo, a suspensão da política de preços de paridade de importação (PPI) como solução para a alta dos combustíveis.