O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira que o Irã é responsável pelo episódio de violência no dia anterior na fronteira com o Líbano, o mais violento na área disputada desde a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel.
Tudo começou quando o grupo militante libanês Hezbollah disparou uma série de mísseis antitanque contra um comboio israelense que passava pela região, matando dois soldados e ferindo sete. Israel respondeu com o lançamento de mísseis. Um trabalhador humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano também foi morto.
A área estava calma nesta quinta-feira, embora houvesse certa tensão no ar. Forças israelenses estavam em alerta e a agência nacional de notícias do Líbano informou que aviões de guerra israelenses realizavam voos baixos sobre vilas na fronteira.
“O Irã é responsável pelo ataque de ontem contra nós, vindo do Líbano”, disse Netanyahu. “Vamos continuar a nos defender contra todas as ameaças, as próximas e as distantes.”
O Irã apoia o Hezbollah, que afirmou que seu ataque foi um ato de retaliação contra uma ação aérea israelense contra combatentes do grupo em território sírio, no início do mês. O ataque matou seis combatentes do Hezbollah e um general iraniano. Tanto o Irã quanto o Hezbollah são aliados do presidente sírio Bashar Assad na guerra civil travada no país desde janeiro de 2011.
“Este é o mesmo Irã que agora tenta chegar a um acordo, por meio das grandes potências, que o deixará com a capacidade de desenvolver armas nucleares. Nós nos opomos fortemente a este acordo”, afirmou Netanyahu, numa referência às negociações sobre o programa nuclear de Teerã.
Embora a violência tenha levantado temores sobre a possibilidade uma nova guerra entre os dois inimigos – e como consequência, o aumento do caos regional – tanto Israel quanto o Hezbollah não parecem interessados na intensificação da situação.
Israel vai às urnas em março e Netanyahu não quer se envolver num confronto faltando tão pouco para as eleições.
O Irã tem apoiado o regime de Assad desde o início da guerra civil, concedendo apoio militar a Damasco por meio do Hezbollah. Caso o Hezbollah desvie suas forças da Síria para uma guerra ao longo da fronteira com Israel, o grupo xiita libanês teria problemas em manter as duas frentes.
Nesta quinta-feira, capacetes azuis da ONU eram vistos no sul do Líbano inspecionando os danos na base do contingente espanhol na vila de Abbasiyeh, onde o soldado foi morto. Fonte: Associated Press.