O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta segunda-feira o pedido para que os Estados Unidos mudem sua embaixada em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. No domingo, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, sugeriu que a mudança pode não ocorrer, já que isso ameaçaria a paz entre israelenses e palestinos.
A declaração de Netanyahu é uma mostra do crescente desacordo entre Israel e a Casa Branca neste importante assunto diplomático e é dada antes da primeira visita do presidente Donald Trump a Israel no cargo, na próxima semana. “Mudar a embaixada não só não prejudicará o processo de paz, mas fará ele avançar”, argumentou o premiê durante reunião de seu partido Likud.
Os dois governos tentam mostrar unidade desde a posse de Trump, em janeiro, após a piora pública das relações entre Netanyahu e o ex-líder americano, Barack Obama. No domingo, porém, Tillerson sugeriu que o presidente pode manter a embaixada em Tel-Aviv caso isso afete os esforços para impulsionar o processo de paz no Oriente Médio.
O escritório de Netanyahu também publicou resumos das reuniões de fevereiro na Casa Branca entre o presidente Donald Trump e Netanyahu, para mostrar o contínuo apoio do líder israelense à mudança na embaixada. O escritório disse que respondia a uma alegação “falsa” de um correspondente não nomeado da Fox News, que escreveu no Twitter que a Casa Branca não iria mudar a embaixada de endereço graças a uma recomendação de Netanyahu. No resumo divulgado, Netanyahu disse que a mudança da embaixada não levaria a derramamento de sangue na região, como alguns tentavam fazer Trump acreditar.
O presidente americano deve visitar a Arábia Saudita na sexta-feira, antes de viajar a Israel e Belém, na Cisjordânia, área controlada pela Autoridade Nacional Palestina.
Israel declarou Jerusalém sua capital após tomar Jerusalém Oriental da Jordânia, em 1967. Os países mantêm, porém, representação diplomática em Tel-Aviv, já que não reconhecem a anexação da cidade. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado palestino e dizem que o status da cidade deve ser decidido em negociações com Israel. Fonte: Dow Jones Newswires.