Assim como todos que o conheciam, fui surpreendido com a notícia da morte de Neto Bobillo (Nemésio Bobillo), logo pela manhã desta quinta-feira pelas redes sociais. Apesar de termos grandes diferenças políticas e ideológicas, eu enxergava no Netão um cara coerente com suas convicções. Era um daqueles petistas históricos, de raiz, que acreditava de fato no que defendia e propagava. Não o via há mais de um ano. Mas nos esbarrávamos nas redes, seja para comemorar o nosso Corinthians ou para divergir em questões partidárias. Porém, nunca nos desrespeitamos um ao outro. Fica aqui minha homenagem a meu “opositor” predileto, que deve estar agora em um bom lugar lutando por uma causa nobre.
Sentiu o golpe
Visivelmente abatido e alguns quilos mais magro, Alexandre Zeitune (Rede) usou a Tribuna da Câmara nesta quinta-feira para falar da CEI aberta contra ele para investigar suposto pedido de dinheiro a um empresário. O discurso do vice-prefeito, que não havia se inscrito para falar aos vereadores, só foi possível graças à intervenção do líder do Governo, Eduardo Carneiro (PSB), que era seu desafeto quanto estava à frente da Secel. Solícito, o presidente da Casa, Eduardo Soltur (PSD), prontamente atendeu a solicitação do colega.
Claque solitária
Findado o discurso, que consistiu em um festival de repetições do que ele fala desde que foi exonerado da Secel, talvez, Zeitune tenha vivido um dos momentos mais enfadonhos de sua carreira política. O vice foi amplamente aplaudido por um homem só. Bem à sua frente, o único que o ovacionou foi o fiel escudeiro José Roberto Vomero, o porta-voz municipal da Rede. Nem mesmo um outro assessor, que o defende com unhas e dentes e estava bem ao lado, esboçou bater palmas para o chefe. No plenário e nas galerias da Casa, silêncio sepulcral.
Sem noção
Tanto a vereadora Janete Pietá (PT) como Romildo Santos (DEM) agiram nesta quinta-feira com completo desrespeito em relação a mortes de duas pessoas da cidade. Primeiro, a parlamentar do PT usou a Tribuna para lamentar o passamento do assessor da colega Genilda Bernardes (PT), Neto Bobillo, que sofreu um infarto fulminante na madrugada. Ao prestar a homenagem, usou politicamente a morte do companheiro ao citar que “as pessoas estão morrendo de infarto. Isso é um problema de saúde pública”, afirmou muito fora de hora.
Infelicidade repetida
Após chegar atrasado à sessão e depois do merecido um minuto de silêncio em memória de Neto, Romildo pediu a palavra e solicitou outra homenagem a um morador do Acácio, que coincidentemente morreu de infarto na mesma madrugada. Como se tivesse combinado com Janete, o democrata saiu de linha, repetindo o discurso da petista, insinuando que as mortes por infarto em Guarulhos são em decorrência da má gestão da saúde pública. Lamentável.
Mal informados
Além de inoportunos, ambos parlamentares demonstraram estar completamente desinformados. Segundo dados oficiais da Secretaria Municipal da Saúde, divulgados nesta semana, com a implantação do programa de telemedicina Latin (Latin America Telemedicina Infarct Network) em Guarulhos, em 28 de dezembro passado, a mortalidade por infarto em Guarulhos caiu de 25% para 7,2% em menos de dois meses. O programa tem por objetivo agilizar o atendimento a emergências cardíacas, por meio de uma rede de comunicação que conecta as unidades de pronto atendimento (UPAs e PAs) ao hospital de referência cardíaca na cidade, o Stella Maris.