Outra vez sem Neymar, o Paris Saint-Germain entra em campo nesta quarta-feira para mais um desafio na Champions League. Diante do Bayern de Munique, na Alemanha, o time parisiense precisa reverter o placar de 1 a 0, sofrido no jogo de ida das oitavas de final, para avançar e continuar sonhando com o título inédito do torneio. Com 12 lesões na carreira desde que chegou à França, comprado por R$ 880 milhões, o craque da seleção brasileira já ficou 395 dias parado para tratamento e, agora, deve ficar de três a quatro meses de molho, de modo a não voltar mais na temporada.
Neymar se machucou no dia 19 de fevereiro, em jogo do Campeonato Francês contra o Lille. O brasileiro pisou em falso no gramado e acabou virando o pé. Ele deixou o campo de maca, chorando bastante. Inicialmente, o clube francês optou por um tratamento conservador, com a esperança de que o camisa 10 pudesse enfrentar o Bayern. Porém, o quadro não melhorou e foi constatada lesão nos ligamentos do tornozelo, com a necessidade de cirurgia.
A contusão foi um balde de água fria para Neymar, que fazia boa temporada no PSG apesar de estar à sombra do astro francês Kylian Mbappé. Em 29 jogos, o atacante brasileiro balançou as redes 18 vezes e deu 16 assistências, mesma marca de Lionel Messi pelo time parisiense em 2022/23. O retorno do jogador à equipe após a Copa do Mundo havia sido planejado com cautela pelo departamento médico do clube, justamente pela lesão sofrida na primeira rodada do Mundial do Catar, diante da Sérvia, quando Neymar também sofreu uma entorse no tornozelo direito.
A contusão na Copa também foi ligamentar, mas de menor gravidade. O atleta precisou acelerar a recuperação para conseguir voltar a tempo de ajudar a seleção brasileira no Mundial e fez o uso de crioterapia – sessões dentro de uma cabine que pode chegar até a 180 graus negativos -, além de fisioterapia quase 24 horas por dia. Dez dias depois, o jogador voltou aos gramados e marcou, de pênalti, contra a Coreia do Sul, pelas oitavas.
Mesmo sem estar em campo, caso o PSG seja eliminado pelo Bayern, Neymar ficará novamente marcado por não conseguir fazer o clube alcançar seu principal objetivo. Atualmente com 31 anos, o brasileiro se transformou na contratação mais cara do futebol em 2017, quando foi adquirido pelos franceses junto ao Barcelona por 222 milhões de euros (R$ 880 milhões). De lá para cá, foram quatro títulos do Campeonato Francês, três da Copa da França, três da Supercopa da França e dois da Copa da Liga Francesa. Mas nenhum da Liga dos Campeões.
Independentemente da hegemonia em solo a francês, é o fracasso continental que faz Neymar não ser mais unanimidade entre os torcedores de Paris. Desde a contratação do brasileiro, o PSG, que conta com um elenco de bilhões, caiu três vezes nas oitavas de final e uma na semifinal, além de amargar o vice-campeonato da temporada 2019/20 justamente para o Bayern de Munique, novamente candidato a algoz dos franceses.
AUSÊNCIA DE NEYMAR: GRANDE PERDA PARA O TIME
O técnico do PSG, o francês Christophe Galtier, demonstrou incômodo com as insinuações de que o seu time estaria melhor agora que Neymar está fora de ação. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, véspera do jogo de volta com o Bayern pelas oitavas da Champions, ele fez questão de ressaltar o bom desempenho do brasileiro sob o seu comando e lamentou não poder contar com ele na partida contra os alemães.
"Uma pena que ele tenha tido essa lesão e claro que é uma grande perda para o time. Neymar tem sido decisivo. Desde que cheguei aqui, sempre foi muito profissional. Então, quando leio que estaremos melhor sem ele, absolutamente não", rechaçou. "Temos de jogar muito mais futebol do que na ida. Temos nosso plano, temos o Mbappé, e isso nos dá mais escopo para buscar a vitória", disse o treinador.
Bayern e Paris Saint-Germain se enfrentam nesta quarta-feira, às 17h (horário de Brasília), na Allianz Arena, em Munique, na Alemanha. O time francês precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para avançar, enquanto os alemães se classificam com um empate.