A vida de Neymar pode ser contada através de gols ou publicações nas redes sociais. O atacante é um fenômeno nos dois campos. Jogador mais caro da história do futebol, o atacante do Paris Saint-Germain tem mais fãs no mundo virtual do que os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro juntos. Entre os principais jogadores do mundo, o brasileiro está à frente do argentino Lionel Messi e só perde para o português Cristiano Ronaldo. Os números impressionantes nas redes sociais fazem de Neymar o chamado “craque 2.0”.
Com mais de 175 milhões de fãs, Neymar é a celebridade brasileira mais seguida nas três principais redes sociais do mundo: Instagram, Facebook e Twitter. Somente no Instagram, por exemplo, o atacante do Paris Saint-Germain acumula mais de 82 milhões de fãs, número sete vezes e meia maior do que todos os times brasileiros da Série A juntos. É também o esportista com os “stories” (fotos e vídeos curtos que desaparecem depois de 24 horas) mais vistos da rede do planeta, à frente de nomes como o boxeador Floyd Mayweather, o ex-jogador David Beckham e até mesmo a conta oficial da Liga dos Campeões da Europa.
Neymar é craque em atrair seguidores de todo o mundo sobretudo por publicar nas redes sociais cenas da sua vida particular. “O craque de um esporte tem maior capacidade de atingir as pessoas, de superar as rivalidades e se tornar uma marca global. Outro exemplo é o jogador de basquete LeBron James, que tem 33 milhões de seguidores no Instagram, enquanto a equipe dele na NBA, o Cleveland Cavaliers, tem cinco milhões”, explica Guilherme Guimarães, especialista em marketing esportivo da consultoria Ativa Esporte.
Além de Neymar, outros jogadores brasileiros são sucesso absoluto nas redes. Kaká e Ronaldinho Gaúcho estão entre os cinco brasileiros mais seguidos do Twitter – a cantora Ivete Sangalo e o humorista Danilo Gentili completam a lista.
O poder de Neymar nas redes sociais também ajudou a impulsionar de maneira significativa a presença da CBF e do PSG no mundo virtual. Antes de tirar Neymar do Barcelona, o clube francês tinha 8,2 milhões de seguidores no Instagram. Hoje, já são mais de 10 milhões. No Twitter, o aumento também foi expressivo em um curto espaço de tempo, de 4,6 milhões inscritos para 5,5 milhões. Mesmo assim, o time francês continua longe de potências como Real Madrid e Barcelona.
De acordo com levantamento do Ibope Repucom em contas oficias das 40 maiores confederações de futebol que participaram ao menos uma vez da Copa do Mundo, o Brasil tem a seleção com a maior base digital do planeta, com mais de 18 milhões de inscritos no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. A Federação Mexicana de Futebol é a segunda colocada com aproximadamente dez mil inscritos a menos. A página no Facebook da CBF tem quase 12 milhões de inscritos. No Twitter são mais 4,1 milhões de seguidores e outros 2 milhões no Instagram.
“Faltando oito meses para o início da Copa do Mundo, as ações de ativações dos patrocinadores do evento ganham cada vez mais intensidade, e o mundo digital certamente será um terreno fértil para se conectarem com os torcedores. E, neste contexto, o futebol brasileiro se consolida como a confederação mais popular no mundo digital, oferecendo aos patrocinadores um incrível potencial de engajamento em suas ações de ativação”, afirma José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom.
VISIBILIDADE GARANTE CONTRATOS – As contas de Neymar nas redes sociais são recheadas de atrativos para empresas anunciarem seus produtos. Não à toa, o craque também usa a base digital para faturar alto.
Parte de um contrato do atacante assinado com a empresa PokerStar, por exemplo, foi publicado pelo site Football Leaks e revelou que, entre outros compromissos, Neymar deveria fazer dez posts em seu Facebook e dez em seu Twitter, a cada ano, promovendo a marca do jogo online de pôquer, em troca de 2 milhões de euros (R$ 7,5 milhões).
Sobretudo depois que trocou o Santos pelo Barcelona, o jogador passou a fazer mais publicações em inglês. Isso contribuiu para o aumento de seguidores – estratégia também utilizadas por alguns clubes do País, que também buscam nas redes sociais mais uma fonte para incrementar as receitas.
“Fazemos algumas parcerias com clubes. Por exemplo, o time posta alguma coisa, a marca retweeta e automaticamente algo relativo a ela é adicionado no conteúdo. Parte do dinheiro vai para o clube e parte vai para a rede social”, explica Luan Knaya, gerente de parcerias de esportes do Twitter.
Alguns clubes, como Atlético-GO e Paraná, adotaram a ironia para atrair mais atenção. “Isso não é problema, desde que seja autêntico”, afirma Knaya.