Envolvidos em um confronto nesta quarta-feira com integrantes da Mancha Alviverde, organizada do Palmeiras, membros da Máfia Azul, principal uniformizada ligada ao Cruzeiro, foram impedidos de entrar em Campinas, onde assistiriam ao duelo do time mineiro com a Ponte Preta, que abre a 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Cinco ônibus da organizada foram interceptados e voltaram a Belo Horizonte com escolta policial.
Segundo a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os ônibus foram parados na BR-381, na altura de Perdões, ainda em Minas Gerais. Os integrantes da Máfia Azul, portanto, sequer chegaram a entrar no estado de São Paulo. De acordo com os policiais, ninguém foi detido até o momento. A PM apreendeu instrumentos usados na briga, como barras de ferro e fogos de artifício. A possível arma utilizada não foi encontrada.
Mesmo sem cruzeirenses ligados à uniformizada no Moisés Lucarelli, o Batalhão de Ações Especiais da Polícia de SP reforçou a segurança em Campinas. Ponte Preta e Cruzeiro se enfrentam neste momento. O BAEP considera a possibilidade de retaliação por parte da organizada do Palmeiras.
Os integrantes da Mancha Alviverde seguiram viagem com destino a Belo Horizonte, onde o Palmeiras enfrenta o Atlético Mineiro no Mineirão. De acordo com a PRF, a briga entre cruzeirenses e palmeirenses deixou ao menos quatro torcedores baleados, todos do Cruzeiro, com idades entre 26 e 33 anos.
Outros dez palmeirenses, com idades entre 30 e 50 anos, foram feridos com chutes, socos, pauladas e pancadas de barras de ferro. Conforme informou a Santa Casa de Carmópolis de Minas, havia torcedores com ferimentos na cabeça e necessidade de sutura. Dois tiveram traumas na região do peito e um deles apresenta quadro mais crítico.
Segundo a Polícia Militar de Carmópolis de Minas, o confronto ocorreu entre 10h e 11h desta quarta-feira. A PM acredita ter se tratado de uma emboscada. Não havia policiamento no local durante a briga.
Documentos e materiais das torcidas palmeirenses foram pegos pelos mineiros na força bruta, grande parte deles munidos de barras de ferro, pedras e paus. Jorge Luís Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde, teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto e foi um dos agredidos. Vídeos nas redes sociais mostram Jorge sangrando e sendo xingado e provocado por cruzeirenses.
O trecho da rodovia chegou a ser interditado por algumas horas pela Arteris, concessionária que administra a rodovia. Polícias Militares, Rodoviárias Estaduais e Federais foram chamadas para atuar no local. Ninguém foi preso até o momento. O trecho em que ocorreu a briga foi totalmente interditado, provocando congestionamento. A pista foi liberada por volta do meio-dia e o tráfego, normalizado posteriormente.
A Máfia Azul se manifestou por meio de nota e alegou ter sofrido uma emboscada. "Precisamos agir em legítima defesa para defender a integridade de todos que estão presentes para acompanhar o espetáculo de logo mais em Campinas", afirmou a organizada, que também disse ter sido "surpreendida" por torcedores do Palmeiras que estavam com arma de fogo e "feriram ocupantes da nossa caravana."
A Mancha Alviverde afirmou em breve comunicado enviado ao Estadão que todos os torcedores feridos estão bem. Membros da diretoria da uniformizada palmeirense reforçaram o discurso. "A Mancha foi homem o suficiente para ir para o confronto. Não é toda vez que bate. Às vezes apanha também", comentou Izidoro Lopreto, vice-presidente da torcida. Segundo ele, os cortes foram superficiais. "As cenas são fortes, mas está tudo bem."