Estadão

Nigéria vota em quadro de economia mais fraca e crises de segurança

Dezenas de milhões de nigerianos votavam neste sábado, 25, em uma eleição que muitos esperam seja um ponto de inflexão para a maior economia da África e também a nação mais populosa do continente, após anos de fragilidade econômica e crises de segurança.

Pela primeira vez, os dois partidos estabelecidos que comandam a Nigéria desde sua democratização, em 1999, enfrentam um desafiante, Peter Obi, do Partido Trabalhista, que ganha apoio entre os jovens frustrados com a falta de oportunidades, os preços em alta e a luta cotidiana.

Aos 61 anos, Obi, ex-governador estadual e dono de uma grande cadeia de supermercados e outros negócios, é o mais jovem entre os principais nomes na disputa, em um país com idade média de pouco mais de 18 anos.

Obi precisa derrotar o governista Bola Tinubu, duas vezes governador de Lagos e de 70 anos, do Congresso de Todos os Progressistas, e Atiku Abubakar, do Partido Democrático do Povo, ex-vice-presidente em sua sexta tentativa para chegar ao comando do Executivo. O atual presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, de 80 anos, não pode concorrer, após dois mandatos. Os resultados finais devem sair apenas no fim do domingo ou na segunda-feira.

A apuração determinará o futuro de um país que deve superar os EUA como o terceiro mais populoso do mundo, atrás de Índia e China, até meados do século.

A Nigéria enfrenta dificuldades nos últimos anos, com queda de cerca de 30% na renda per capita desde 2014, e cerca de 133 milhões de seus 210 milhões de habitantes passando pelo que a agência estatística local define como pobreza multidimensional, métrica que inclui avaliações sobre o acesso a serviços vitais, como saúde e educação.

Há também um salto na violência e nos conflitos, com ataques terroristas islamitas, sequestros em massa e confrontos entre fazendeiros e pastores.

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