Estadão

Nise Yamaguchi admite reuniões em secretaria do Ministério da Saúde

Em sua fala inicial no depoimento à CPI da Covid, a médica Nise Yamaguchi tentou desvencilhar sua imagem de proximidade com o governo Bolsonaro, afirmou que é uma "colaboradora eventual" de "qualquer" gestão que precisar de sua opinião médica. "Também não sou chamada para discussões técnicas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Sou colaboradora eventual de qualquer governo que precisar de mim, do Brasil e do mundo", disse ela, emendando ainda não ter "nenhum partido político".

No entanto, Nise admitiu que esteve "algumas vezes" na Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde para discutir se era o caso da Conitec avaliar a orientação sobre o uso da cloroquina em pacientes com covid-19. Segundo ela, no entanto, o que se concluiu à época é que o melhor fórum para esse debate seria o Conselho Federal de Medicina (CFM).

"Então estive no conselho e saímos com nota técnica. Avisei Barra Torres (presidente da Anvisa) que não haveria necessidade de se estabelecer discussão a mais, mas que poderia seguir com autonomia do médico", afirmou ela aos senadores,

A médica ainda citou um almoço na Presidência da República, com "diversas pessoas", onde falou sobre a "importância do tratamento precoce inicial". Nise disse que nunca teve encontros privados com o presidente Jair Bolsonaro.

"Inimigo comum é o vírus e a mortalidade. Não estou aqui para defender um governo e sim o povo brasileiro", afirmou Nise, que citou ainda experiências profissionais no setor público e colaboração no governo Lula. A médica disse também que tem à disposição artigos científicos que embasam o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina em pacientes com covid-19.

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