Economia

Nível de atividade na indústria de SP cai 8,9% em 2016, revela Fiesp

O indicador de nível de atividade (INA) da indústria paulista caiu 8,9% em 2016, registrando a terceira queda consecutiva, resultado inédito na série histórica. Em 2015 e 2014, o recuo foi de 6,2% e 6%, respectivamente, sem ajuste sazonal. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 31, pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Com o dado negativo de 2016, o INA acumulou queda de 19,7% em três anos.

“Essas quedas consecutivas foram uma surpresa para mim. Vimos uma trajetória ruim para a indústria de transformação”, destaca o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e Ciesp, Paulo Francini.

Em dezembro de 2016, houve avanço de 4,1% no INA, maior alta na margem do indicador desde junho de 2008 (6,6%). Em 15 dos 20 setores acompanhados, a variação do INA foi positiva. Além disso, todas as variáveis que compõem o índice tiveram elevação no mês, com destaque para horas trabalhadas na produção, que subiu 6,2% ante novembro. No entanto, em relação a dezembro de 2015, ainda houve recuo de 1,3%, na série com ajuste sazonal.

Entre os setores, o destaque foi o de veículos automotores, que apresentou variação positiva de 6,5% na comparação de dezembro contra novembro, com ajuste sazonal. Mas no ano, registrou queda de 9,3% ante 2015, sem ajuste sazonal.

Quanto ao nível da capacidade instalada (NUCI), o nível médio de utilização em dezembro ficou em 75,9 pontos, registrando leve aumento de 0,5 ponto porcentual em relação a dezembro de 2015.

Para este ano, a expectativa de Francini é de que o ciclo de redução mais intenso da Selic, entre outros fatores, pode auxiliar a melhora da confiança da indústria em 2017. “Mesmo que o cenário não faça prever um 2017 glorioso, nossa projeção ao final de janeiro é que 2017 pode trazer crescimento de 1,2% para a indústria de transformação”, estima.

Sensor de Janeiro

A pesquisa Sensor que tenta antecipar o resultado do mês corrente fechou em 48,5 pontos em janeiro, na série sem influências sazonais, mesmo resultado de dezembro. Esse resultado sinaliza queda da atividade industrial no mês, porque ficou abaixo de 50,0 pontos.

A abertura mostra melhora nas condições de mercado (de 50,2 pontos para 52,4 pontos), assim como no indicador de emprego (43,1 pontos para 48,9 pontos), embora ainda tenha ficado abaixo dos 50,0 pontos, o que indica expectativa de demissões no mês. O nível de estoque ficou estável (46,3 pontos para 46,4 pontos) e houve recuo de 3,4 pontos no índice de vendas, para 50,5 pontos.

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