O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 22, que a população brasileira não deve acreditar em <i>fake news</i> que afirmam que há rombo ou irresponsabilidade fiscal. Segundo ele, como o debate sobre as contas públicas estão em destaque é necessária uma visão realista.
As declarações foram feitas durante coletiva do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quinto bimestre. Guedes afirmou que o Governo Central registrará o primeiro superávit desde 2013. A estimativa é que as contas terminem 2022 no azul em R$ 23,361 bilhões.
O ministro da Economia também alertou que um diagnóstico errado sobre a economia pode levar a decisões erradas do próximo governo.
"O País pode fazer uma coisa muito ruim achando que já está tudo arrombado mesmo, não existe isso. Não acreditem em fakes, não acreditem em mentiras. O grande problema é seguir a mentira e acreditar na mentira. Com isso, você comete erros grosseiros. Partindo do diagnóstico errado são cometidos erros", disse Guedes.
<b>Herança maldita</b>
O ministro da Economia afirmou que o debate sobre a política fiscal no País está contaminado depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, "pessoas despreparadas" têm feito análises erradas.
"Será que tem gente despreparada querendo falsificar a realidade fiscal do País? Como alguém sério e preparado pode falar em herança maldita?", questionou Guedes.
Ele ainda declarou que, para economistas preparados, a situação fiscal de 2023 é relativamente simples. Ele afirmou que, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) tivesse sido reeleito, o Auxílio Brasil de R$ 600 teria uma fonte de custeio permanente com a aprovação da reforma tributária, com a taxação de dividendos. Na quinta-feira passada, esse desenho alternativo da atual equipe foi revelado pela jornalista Célia Froufe em sua coluna no Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
"Farmácia Popular, merenda, tudo cabe em uma PEC relativamente simples e bem formulada", disse o ministro.
Guedes ainda agradeceu o apoio de Bolsonaro, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) para buscar soluções e construir caminhos para resolver diversos assuntos e problemas ao longo dos últimos anos.
<b>Presidência do BID</b>
O ministro da Economia afirmou ainda que, no passado, o Brasil não tinha peso e influência internacional suficientes para indicar um presidente para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que fosse eleito.
O economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), será o primeiro brasileiro a comandar o BID, com sede em Washington. A eleição ocorreu no domingo.
Ele assume a presidência do BID ainda em 2022, por um período de cinco anos, depois de uma campanha marcada por disputa política e eleições antecipadas por um escândalo ético na gestão anterior. Como mostrou o Broadcast, setores ligados ao PT, partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, chegaram a fazer campanha contra Ilan.