O vereador Joseval Queiroz usou a tribuna da Câmara na última segunda-feira para anunciar que estava assumindo como novo líder do PL, o partido do prefeito Lucas Sanches. Automaticamente, quem até então ocupava posto, o jovem Kleber Ribeiro foi rebaixado ao posto de vice-líder. O problema é que ninguém avisou o moço anteriormente. Não é difícil concluir que a reação não foi nada amistosa. Publicamente, o “rei das redes” de Guarulhos botou a boca no trombone, gritando contra o fato de ter sido o último a saber.
Deixado para trás?
Coincidentemente, na semana passada, o vice-prefeito Thiago Sufista, que concorreu ao cargo pelo Novo, foi anunciado com pompas em Brasília como o novo filiado do PL. Como é pública a intenção dele de concorrer à Câmara Federal em 2026, escancara-se uma disputa interna no partido, já que essa é a mesma pretensão de Kleber. Pelo andar da carruagem e pelos apoios demonstrados à chegada de Surfista, percebe-se que a agremiação azul e amarela já tem seu preferido na cidade.
Por falar em líder
Já a liderança do Governo na Câmara Municipal é do vereador decano Geraldo Celestino (Mobiliza), que era vice-líder do prefeito Guti, mas como suplente só chegou ao cargo em 2025 com a licença do Pastor Anistaldo, que assumiu a Secretaria de Habitação de Lucas. No entanto, essa liderança estaria ameaçada. Segundo Delegado Mesquita (Republicanos), também na sessão de segunda-feira, ninguém menos que Edmilson Souza (PSOL) tem agido na Câmara como mais líder do Governo que o próprio Celestino, deixando no ar que haveria um jogo duplo dentro da Casa.
Tomou um olé
O motivo da explosão de Mesquita, que se declara independente – nem base, nem oposição -, foi um pedido de CEI para apurar os pátios de veículos apreendidos de Guarulhos. Ele foi preterido do grupo logo que o governista Alemão do Transporte (DC) protocolou o mesmo pedido e incluiu outros colegas na comissão, com apoio de Edmilson, deixando-o de fora de um tema que o republicano tem muito interesse.
Em pé de guerra
Em seguida, a temperatura na Câmara subiu ainda mais. Edmilson e Mesquita trocaram insultos e outros vereadores e assessores entraram na discussão. Por ser delegado, o republicano porta arma para garantir a própria segurança em qualquer ambiente, inclusive em plenário. O psolista chamou a atenção para o fato, dando a entender que seu opositor poderia sacar uma pistola a qualquer momento, o que não ocorreu.
Perdidos no trânsito
Se tem uma Secretaria Municipal em Guarulhos que vem deixando muito a desejar é a de Transportes e Mobilidade Urbana (STMU). Nada de concreto se realiza na pasta. Duas grandes mudanças viárias anunciadas no início do governo (o binário da JK e Água Chata, nos Pimentas, e a proibição de conversão da Tiradentes para a Otávio Braga de Mesquita) não saíram do papel, tendo a administração voltado atrás sem explicar o que ocorreu de fato. Na real, as alterações desagradaram muito e o prefeito Lucas Sanches preferiu baixar a cabeça e não mudar nada, se é que ele tomou alguma atitude.
Tô nem aí
Não bastasse a inércia nestes casos, os constantes congestionamentos por toda Guarulhos demonstram que não há comando na STMU. Muitos dos problemas se devem a obras de concessionárias extra-Guarulhos, como Sabesp e CCR RioSP ao longo da rodovia Presidente Dutra. Os comandados de Lucas Sanches agem como se o problema não fosse deles, que a responsabilidade é de terceiros e, desta forma, não promovem qualquer intervenção para favorecer motoristas e passageiros dos ônibus, que ficam horas por dia parados no trânsito.
Só joga para a torcida
Logo no início do governo, Lucas fez um vídeo populista esbravejando contra a implantação do free flow na Dutra, ignorando o contrato de concessão, que não prevê qualquer cobrança nas pistas marginais. No entanto, nenhuma manifestação do prefeito em defesa dos guarulhenses com os constantes congestionamentos na Dutra, que se agravaram nas últimas duas semanas com o fechamento de três faixas de cada lado, na altura do Internacional Shopping. Por mais que a obra seja da concessionária, nem um pio para aliviar a situação e defender sua população, tipo “isso não é comigo”.
