O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou h nesta segunda-feira, 15, que não descarta a possibilidade de um "pouso forçado" – uma recessão profunda para reduzir a inflação à meta de 2%. No entanto, Powell explicou que esse não é o cenário mais provável.
Em evento do Clube Econômico de Washington, Powell disse que sempre acreditou que havia um caminho possível para pressionar a inflação sem induzir um dano significativo à economia. Segundo ele, a política monetária funciona com defasagem, então não é possível prever exatamente como os juros vão evoluir.
<b>Juros neutros</b>
O presidente do Federal Reserve afirmou que a política monetária atualmente está restritiva, mas não de maneira intensa. Para ele, esse cenário é um indício de que a taxa neutra dos juros está mais alta atualmente do que antes da pandemia.
Powell reforçou que o Fed será ditado pela evolução dos dados ao definir os próximos passos, mas ponderou que o banco central americano não pretender ser "muito avesso ao risco".
Powell reforçou o aviso de que o Fed apenas cortar juros quando houver maior confiança de que a inflação caminha de maneira sustentada de volta à meta de 2%. Ele reconheceu que, se o Fed cortar juros tarde demais, poderá induzir dano desnecessário à atividade. Por outro lado, um corte prematuro poderia reverter os progressos na inflação, de acordo com ele.
O banqueiro central acrescentou que a economia dos EUA têm tido desempenho mais forte que a de pares.
Questionado sobre se aceitará um novo mandato à frente do Fed, Powell se limitou a dizer que pretende cumprir o atual, que termina em 2026.