As escolas da rede municipal de São Paulo iniciaram as aulas nesta segunda-feira, 5, no entanto, ao menos três Centros de Educação Infantil (CEIs), não iniciaram as atividades porque ainda estão em obras. A Secretaria Municipal de Educação (SME) diz que todos os alunos matriculados nessas unidades serão atendidos em fevereiro, sem informar um prazo para a conclusão das obras.
Nesta segunda, os CEIs Cantinho da Fabiana, Cantinho da Tia Lila e Jorginho, todas em Cidade Ademar, na zona sul da capital, estavam ainda com entulho, areia e material de construção na entrada dos imóveis. As unidades tiveram o convênio firmado com a secretaria no dia 22 de dezembro, com a previsão de atender 580 crianças de 0 a 3 anos.
O Estado entrou em contato o Centro Integrado de Promoção Social (CIPS), mantenedora das três unidades, e uma funcionária, que pediu para não ser identificada, informou que a previsão de conclusão das obras é o final do mês de fevereiro. No entanto, ela disse que a recomendação é para que os pais liguem após o carnaval para confirmar a data de início das aulas.
Questionada, a SME não disse se há um prazo para a conclusão das obras, também não informou se as famílias foram avisadas com antecedência de que as aulas não teriam início no mesmo dia que o restante da rede. “Todos os alunos matriculados nos CEIs citados serão atendidos em fevereiro. As aulas começam dentro do cronograma de implantação dos convênios novos”, diz em nota.
Interrompido
No Jardim Horizonte Azul, também na zona sul, o CEI Rio Claro, que teve suas 152 vagas anunciadas para as famílias no início do ano, interrompeu o convênio. Segundo a SME, a suspensão ocorreu pela própria entidade, que não conseguiu cumprir as “exigências para a instalação”.
Um funcionário, que não quis se identificar, disse ao Estado que a entidade interrompeu o convênio após o descontentamento das famílias ao descobrirem que as obras tinham previsão de serem concluídas em abril.
Segundo a SME, os alunos dessa unidade já foram encaminhados para outras unidades próximas de sua residência.
A servente de limpeza Jessica Rosa de Oliveira, de 27 anos, conta que o filho de 10 meses foi chamado para uma vaga na unidade no começo de janeiro, após oito meses de espera na fila por creche. “Tentei fazer a matrícula, mas chegava lá e só via um local em obras, sem ninguém para dar uma informação”, diz.
Ela disse que já agendou uma data na Defensoria Pública para o próximo dia 15 para conseguir uma vaga para o menino em uma unidade que já esteja pronta. “Tanto tempo esperando e, quando a gente consegue, é em uma obra, não uma escola. Parece piada, mas de mau gosto.”
Fila. No dia 28 de dezembro, a SME anunciou ter atingido a menor demanda por vaga em creche desde 2007 e que criou, no primeiro ano da gestão João Doria (PSDB), 26 mil vagas em CEIs. Do dia 19 a 28 de dezembro, ou seja, em apenas 9 dias, a secretaria firmou convênios que totalizaram 3,1 mil vagas – 12% de todas as vagas criadas nos primeiros 12 meses da gestão tucana.