O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) avalia, na ata de sua reunião de política monetária divulgada hoje, que "não estava claro o quanto as condições de crédito e a atividade econômica podem ser afetadas pelo estresse recente no setor bancário em algumas economias avançadas". Mais cedo, o BoE anunciou que decidiu elevar a taxa básica de juros em 25 pontos-base (pb), a 4,25%, e acrescentou que é possível haver mais aperto monetário.
Ao avaliar o quadro internacional, o BC do Reino Unido aponta que havia expectativa de maior crescimento da China, após Pequim recuar em sua política mais rígida contra a covid-19, e também notícias positivas da demanda nos Estados Unidos e na zona do euro.
Por outro lado, acrescenta que continua a haver riscos de baixa à perspectiva. Ele diz ainda que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) continuava a recuar na zona do euro e nos EUA, mas acrescenta que o núcleo da inflação "tem se mostrado um pouco mais persistente do que havia sido esperado".
O BoE menciona em sua ata "movimentações grandes e voláteis nos mercados financeiros" desde sua última reunião, em particular após a quebra do Silicon Valley Bank nos EUA no início de março, o que reflete preocupações sobre possíveis impactos mais abrangentes desses eventos. O BC também menciona a compra do Credit Suisse pelo UBS e o apoio oficial de bancos centrais pelo mundo para apoiar a liquidez e evitar mais turbulências.
O staff do BoE continua a esperar recuo de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no primeiro trimestre, como em fevereiro, e para o segundo trimestre projeta leve crescimento, quando em fevereiro neste caso previa queda de 0,4%. O mercado de trabalho, enquanto isso, segue "apertado".
Na inflação ao consumidor, o staff do BC projeta queda "significativa" no segundo trimestre, a uma taxa mais baixa do que a esperada em fevereiro. Ao mesmo tempo, a ata aponta que o comitê de dirigentes vê muitas incertezas no quadro e riscos "significativos" de alta para a inflação.