Economia

No Planalto, Tramontina diz não ver espaço para aumento da carga tributária

Em meio à discussão sobre o retorno da CPMF para aumentar o financiamento da saúde e à sinalização de integrantes da equipe econômica de que serão considerados “possíveis ajustes em alguns impostos”, o empresário Clóvis Tramontina, presidente da Tramontina, disse nesta quinta-feira, 8, que não vê mais espaço para aumento da carga tributária no País. Após audiência com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, Tramontina afirmou a jornalistas que a simplificação da burocracia vai ser um caminho “bom para todos”, mas ressaltou que não reclamou com a presidente sobre a possibilidade de aumento de impostos.

“E adianta (reclamar sobre aumento de impostos)?”, questionou o empresário a repórteres, durante coletiva de imprensa. “Não tratamos disso. Eu acho que a carga tributária tem de ser feita de uma forma mais simples. Tem muita burocracia nesse aspecto. Vamos fazer o seguinte: vamos simplificar a burocracia, que isso seria muito bom pra todos”, comentou Tramontina.

Tramontina relatou que Dilma se mostrou preocupada em melhorar as condições da infraestrutura brasileira. “Isso tem mais influência que a carga tributária”, comentou. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, acompanhou a conversa com Dilma.

O empresário questionou a presidente sobre a complexidade de administrar um País da dimensão do Brasil. “Se você quiser resolver tudo, não dá. Tem de resolver um problema por vez. Tratando um por um, vira um pequeno problema”, disse a presidente, conforme relato de Tramontina.

Tramontina presenteou Dilma com um exemplar do livro de autoajuda “Mais esperto que o diabo”, de Napoleon Hill, que trata da “liberdade e do sucesso” e já teve mais de 100 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro. Questionado se o PMDB seria um dos “diabos” que a presidente Dilma teria de lidar, o empresário riu. “Não sei. Isso é tu que está dizendo”, respondeu. “Ganhei esse livro de Natal. Li e achei espetacular.”

Apesar do cenário de ajuste fiscal na economia, com a perspectiva de um baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, Tramontina demonstrou otimismo com o desempenho do setor neste ano. Segundo ele, o faturamento da empresa cresceu 13% no Brasil e, considerando os negócios no exterior, o aumento chegou a 17%. O empresário confirmou que a planta de Moreno (PE) deve ficar pronta no final deste ano.

“Entendo que o nosso tipo de produto, que é um produto que quase independe de financiamento, dificilmente vai entrar em crise. O único medo que tenho é se houver desemprego. Como não acredito em desemprego, acho que vamos progredir em 2015. Muita gente acha que sou otimista, mas prefiro ver o copo meio cheio do que meio vazio”, disse Tramontina, recorrendo a uma das mais emblemáticas falas de Dilma para criticar os “pessimistas” com os rumos do País.

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