Estadão

No Rio, além da festa, bloco vai à rua em nome da diversidade e do respeito

Começou pouco depois das 15 horas o desfile da Orquestra Voadora, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Debaixo de forte sol e calor, as trombetas e tambores rufaram diante de uma multidão multicolorida, após um mestre de cerimônias discursar em prol do reconhecimento de diferentes arranjos familiares e da inclusão de pessoas com deficiência – a Orquestra Voadora tem uma ala para eles.

Desfilando no Rio desde 2009, a Orquestra Voadora contribuiu no movimento de retomada do carnaval de rua na capital fluminense desde o início dos anos 2000, para reforçar a diversidade e o ecletismo musical. Com uma formação de "brass band" – conjuntos em que os instrumentos de sopro são destaque -, o bloco experimenta diferente ritmos brasileiros e dá destaque também aos instrumentos de percussão.

Assim como vários outros blocos surgidos na retomada destes últimos 20 anos, a Orquestra Voadora promove oficinas, o que tem contribuído para a formação de músicos para tocar nos desfiles. Os desfiles nos carnavais reúnem em torno de 300 instrumentistas. Outro destaque da Orquestra Voadora, além do colorido das fantasias dos foliões, é a performance quase circense dos desfiles, com vários participantes em pernas de pau.

Entre os foliões que aguardavam o desfile na concentração estava a deputada estadual fluminense Elika Takimoto (PT), acompanhada da filha Nara, que é cantora e atriz, e do amigo Arthur Martaul, músico e produtor musical. Eles não são frequentadores assíduos do bloco, mas vieram aproveitar um dia de folia – após Nara se recuperar de cirurgia para a retirada de quatro sisos. Elika destacou a alegria do carnaval do Rio após a pandemia de covid-19 ter ficado para trás. E ressaltou o fato de que o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), apoia a festa popular, diferentemente da gestão anterior.

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