Desde o início da quarentena, em março passado, a SuperVia – concessionária de trens do Rio de Janeiro – perdeu 13 milhões de passageiros. A movimentação diária caiu entre 65% e 70% em relação a um dia útil normal de operação da empresa.
Após o decreto de restrição de acesso estabelecido pelo governo do Rio, nove estações foram fechadas. Há ainda controle de acesso por parte da Polícia Militar em outras 15 estações que ligam a Baixada Fluminense à capital, onde é permitida a entrada apenas dos profissionais de áreas essenciais.
O trem é o único modal de transporte autorizado a fazer a ligação das cidades da Baixada Fluminense com a cidade do Rio de Janeiro, o que implica o dever da concessionária em manter todos os ramais funcionando normalmente, mesmo com a queda expressiva de passageiros. "Isso significa que precisamos de R$ 40 milhões por mês para garantir o funcionamento do serviço em maio e junho", diz o presidente da concessionária, Antônio Carlos Sanches
Ele conta que, além do corte de despesas, tem negociado com o governo do Estado, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e órgãos federais em busca de apoio financeiro para garantir a manutenção da operação durante este período de pandemia. Segundo o executivo, a operação tem exigido alguns custos adicionais, como a higienização dos trens para evitar contaminação dos usuários. "Na Central do Brasil, todos os trens que chegam têm de ser higienizados."
<b>Revisão</b>
Sanches afirma que, pela legislação, a cada cinco anos a empresa tem de passar por uma revisão contratual. "Este ano, passaremos por essa renegociação. Já estávamos discutindo desequilíbrios dos últimos cinco anos. Agora, teremos de incluir os efeitos da pandemia." Segundo ele, o aumento de tarifa não seria viável neste momento. "No Reino Unido, o governo está assumindo as despesas do sistema por seis meses. Temos de pensar outras formas de reequilibrar os contratos."
A SuperVia tem 2,5 mil funcionários, sendo 1,3 mil na operação e 800 na manutenção. Desde março do ano passado, a empresa é administrada pela japonesa Mitsui, que adquiriu a concessão da Odebrecht Transport. "Em agosto, começamos a reformular a companhia, com um trabalho na parte de segurança e modernização das vias e dos trens", diz Sanches. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>