Na abertura da primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que seu governo não é de "pensamento único", mas composto de "pessoas diferentes" que precisarão fazer esforço para "construir" de forma igual.
"Não somos governo de um pensamento ou filosofia única, somos um governo de pessoas diferentes, o que é importante é que a gente, pensando diferente, faça um esforço para a reconstrução desse país, pensemos igual e construir igual", afirmou Lula a ministros, em discurso transmitido.
O presidente citou a cerimônia de posse realizada no dia 1º para apontar que há muito tempo não via "tanta alegria" nas pessoas e que é compromisso de seus ministros entregar um país "melhor e mais saudável". "Vamos ter que entregar esse país mais saudável do ponto de vista da massa salarial, da educação", disse.
Lula qualificou a tarefa como árdua. "Foi utilizado dinheiro na campanha para perpetuar governo (…). Esse país vai voltar a viver em democracia", afirmou Lula, para quem o governo de Jair Bolsonaro foi responsável por grande parte das mortes na pandemia de covid-19.
<b>Crescimento com responsabilidade</b>
Na sua primeira reunião ministerial, Lula também afirmou que toda a sua equipe assumiu compromisso "extraordinário" de fazer o Brasil "voltar" a crescer, gerar empregos e fazer aumentar a massa salarial. "É possível fazer a economia voltar a crescer com muita responsabilidade, com distribuição de riqueza e renda, e gerar emprego que garanta ao trabalhador um pouco de seguridade social", disse aos seus ministros no início da reunião.
Lula afirmou que quer "muito" investir no fortalecimento do sistema cooperativo, no micro e pequeno empreendedor e no pequeno e médio empresário, mas ressaltou ser necessário que o trabalhador tenha "um mínimo" de seguridade social. "Que ele tenha garantia de previdência, garantia de registro, garantia de que, quando estiver impossibilitado de trabalhar, o Estado garanta a ele um mínimo de segurança, porque se não a gente não terá um mundo de trabalho sadio e saudável, teremos um mundo de barbárie", disse.
<b>Agrotóxicos e invasões</b>
O presidente também disse que a "força da lei vai imperar" sobre os produtores que continuarem usando agrotóxicos proibidos. "Neste País tudo vale, só não vale cidadão bandido achar que pode desrespeitar legislação", declarou o petista.
Lula afirmou que os empresários que produzirem de forma responsável serão "muito respeitados". O presidente se dirigiu, na abertura da reunião ministerial, a Carlos Fávaro e disse que fica feliz quando vê um "homem do agro" como ministro da Agricultura. "É a perspectiva que temos de pessoas sérias", emendou o petista.
"Aqueles que teimarem em desrespeitar a lei, invadir o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, a força da lei imperará sobre ele. Nós vamos exigir que a lei seja cumprida", disse Lula.