O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou nesta quinta-feira, 7, na audiência do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a privatização da Eletrobras, que se o "outro lado" ganhar as eleições presidenciais deste ano, todo o processo de venda será anulado. Ele criticou o momento para se fazer a operação, que visa diluir a participação do governo na estatal.
"Não conseguiram fazer em 2018, 2017… Agora, na véspera da eleição? Eu digo a vocês, se eu estiver do outro lado e o outro lado (PT) ganhar a eleição, nos primeiros meses a gente desfaz isso tudo. E desfaz fácil. Agora, o que fazer? Pra que traumatizar o processo todo?", disse Prates.
Ele lembrou que o sistema elétrico brasileiro tem mais de 40 anos e não pode ser alterado "na canetada".
"A questão nuclear virou um detalhe, a questão de Itaipu com outro país (<i>Paraguai</i>) virou detalhe. A gente está fazendo valuation (sic) do lado brasileiro se consultar lado paraguaio, isso é o rabo abanando o cachorro", afirmou o parlamentar.
Ele ressaltou que, se o caso for uma decisão pelo fim das estatais no Brasil, o tema deve ser amplamente debatido e não feito às pressas como se pretende no caso da Eletrobras.
Ele citou também a Petrobras, que entrou na mira da privatização do governo Jair Bolsonaro. "Alguém vai dizer aqui que Petrobras e Eletrobras não foram bem sucedidas, cumpriram sua missão? De abastecer o País, de capilarizar o abastecimento de bancar o Luz pata Todos? Tudo isso o Brasil viveu puxado pelas duas estatais", avaliou.