O fisiculturista Reinaldo Armando Vettilo Junior, de 39 anos, foi morto no último fim de semana após a Polícia Militar ser acionada para conter uma confusão desencadeada por uma briga conjugal em um condomínio na Vila Andrade, zona sul de São Paulo. O homem teve um desentendimento com a companheira e a colocou para fora do apartamento, usando roupas íntimas. Depois, acabou discutindo com vizinhos que estavam em uma festa no hall do prédio, o que fez a confusão escalar.
Durante a ação, os policiais teriam disparado três tiros de arma de eletrochoque contra Reinaldo. E um dos agentes ficou de joelhos em cima do pescoço dele. Desacordado, o fisiculturista chegou a ser socorrido, mas morreu.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os cinco policiais envolvidos na ação foram afastados e o caso está sendo investigado pelos órgãos especializados. O <b>Estadão</b> conversou com a mulher de Reinaldo para entender melhor o que aconteceu.
Há oito meses namorando o fisiculturista, a operadora de caixa Vitória Matias, de 22 anos, conta que estava acabando o expediente no final da tarde de sábado, quando Reinaldo a convidou para ir até o apartamento dele, na Vila Andrade, onde houve o desentendimento. "Não tinha necessidade daquilo tudo, ele já estava rendido quando os policiais chegaram. Era só ir lá e prender ele."
O médico que o atendeu disse à família que a morte teria se dado por asfixia mecânica. A polícia, por sua vez, não confirmou essa informação e diz que as causas ainda estão sendo esclarecidas. "Se eles não têm nada a esconder, se afirmam que foi conduta certa, que tinham treinamento para aquilo, que apresentem as câmeras e todos nós vamos saber se foi ou não uma conduta certa", disse Vitória. "Tiraram de mim sonhos, planos. Meu filho chama por ele todos os dias e eu não sei o que falar para ele."
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que a Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa "investigam os fatos e todas as circunstâncias para cabal esclarecimento".
<b>IMAGENS</b>
De acordo com a secretaria, as imagens de segurança do condomínio que captaram a ação e as filmagens gravadas pelas câmeras dos uniformes dos cinco policiais envolvidos na ocorrência estão em análise pela Divisão de Homicídios.
A PM apura os fatos por meio de inquérito policial militar (IPM), que tem prazo de 40 dias para sua conclusão. "Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>