O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira, 30, que a atuação da Petrobras deve ser mantida como está, mesmo após o governo federal indicar Adriano Pires para a presidência da estatal no lugar de general Silva e Luna. O atual chefe da empresa se desgastou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela resistência em segurar o reajuste dos preços dos combustíveis em meio ao salto do petróleo no exterior por conta da guerra na Ucrânia.
"Esse novo presidente da Petrobras que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes, não vai mudar nada. A Petrobras é uma empresa com ação em bolsa, tem conselho de administração, tem toda uma governança. Ela não pode voltar aos fatos que ocorreram durante o governo do PT", disse o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto.
Pires já disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), antes de sua indicação, que quem segurar os preços da Petrobras, hoje pareados com lei ao mercado internacional, vai "colocar o CPF na mesa".
Próximo de Silva e Luna, Mourão ainda disse que o presidente demissionário da estatal petrolífera está "tranquilo". "Silva e Luna é um dos oficiais mais completos e preparados da nossa geração. Ele já foi ministro da Defesa, foi presidente de Itaipu e agora estava aí na Petrobras e fez um excelente trabalho. Então, ele está tranquilo."
Pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul com apoio, embora discreto, de Bolsonaro, Mourão evitou confirmar que Silva e Luna foi fritado pelo governo. "Você não pode levar pra esse lado, né? Incomodou. O presidente é o decisor, compete a ele tomar essas decisões, e ele julgou que tinha que fazer dessa forma. Então, pronto. Eu não participei do processo decisório, eu não posso dizer quais foram os fatores que levaram o presidente a decidir dessa forma", declarou o vice-presidente.