Pela primeira vez desde sua criação, em 2018, o Prêmio São Paulo de Literatura premia três mulheres: Ana Paula Maia, Cristina Judar e Aline Bei. O anúncio foi feito na noite desta segunda, 5, na Biblioteca Parque Villa-Lobos.
Nascida em 1977 no Rio de Janeiro, Ana Paula Maia ganhou na categoria Melhor Romance por Assim na Terra Como Embaixo da Terra. Publicado pela Record, o livro se passa em uma colônia penal isolada, um local que anos antes havia sido palco de tortura e assassinato de escravos. Autora também de Enterre Seus Mortos, Ana Paula ganhou R$ 200 mil.
O prêmio reconhece, ainda, os melhores romances de autores estreantes em duas categorias. A escritora e jornalista paulistana Cristina Judar, de 47 anos, ganhou na categoria mais de 40 anos por seu livro Oito do Sete. A obra, lançada pela Reformatório, é narrada por quatro vozes distintas: duas amantes, um anjo e uma cidade.
Já Aline Bei, também paulistana, de 31 anos, ganhou na categoria Melhor Romance de Autor com Menos de 40 anos, por O Peso do Pássaro Morto. Publicado pela Nós, o romance acompanha a vida de uma mulher dos 8 aos 52 anos. Aline e Cristina ganharam R$ 100 mil cada uma.
“Temos que estar com livros na mão, não com arma. A literatura salva. Me salvou”, disse Aline Bei, ao receber, emocionada, o prêmio.
Cristina Judar disse que sabia o risco que corria com Oito do Sete, “um livro nada convencional”. Dedicou o prêmio também às mulheres escritoras e disse que gostaria que não houvesse muros, ao falar sobre escritores LGBT.
Ana Paula Maia, no momento nos Estados Unidos, não participou da cerimônia na noite desta Segunda-feira.
O júri final do prêmio, que é outorgado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, foi formado por Ubiratan Brasil, editor do Caderno 2; Jiro Takahashi, editor; Julián Fuks, escritor; Moacir Amâncio, professor da USP; e Neide de Almeida, socióloga e consultora nas áreas de leitura e literatura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.