Política

Nome de filho de Lula surge em apurações na investigação do escândalo do INSS

Escândalo no INSS: investigações avançam e nome de filho de Lula surge em apurações; presidente promete investigação rigorosa

As investigações sobre o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — que vem sendo apurado desde 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) — continuam ganhando novos episódios esta semana, com desdobramentos que chegam até menções ao filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís Lula da Silva (“Lulinha”), embora sem provas conclusivas até o momento.

Operação “Sem Desconto” e andamento da investigação

A chamada Operação Sem Desconto investiga um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, que teria durado vários anos e causado prejuízos estimados em cerca de R$ 6,3 bilhões, conforme relatórios encaminhados à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) e às autoridades.

A PF e a CGU cumpriram mandados de busca e apreensão, conduziram prisões preventivas e determinaram a suspensão de altos funcionários do INSS, além de bloqueios de bens relacionados à investigação.

Como medida compensatória, o governo federal também estabeleceu um acordo para ressarcir diretamente beneficiários prejudicados, com cerca de R$ 2,7 bilhões já pagos a quatro milhões de aposentados e pensionistas, corrigidos pela inflação, sem necessidade de ação judicial.

Menções a Lulinha nas investigações

Nos últimos dias, o nome de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi citado em depoimentos e relatórios que estão sob análise da CPMI do INSS e das autoridades responsáveis pelo caso.

Segundo informações que circulam em documentos internos e depoimentos de testemunhas colhidas nas investigações, Lulinha teria recebido pagamentos mensais de cerca de R$ 300 mil de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, um dos principais alvos do esquema, e somado valores que poderiam atingir dezenas de milhões — embora a PF ainda não tenha divulgado provas documentais diretas que confirmem essas alegações.

A CPMI chegou a discutir a possibilidade de convocar o filho do presidente para prestar esclarecimentos, mas o pedido formal de convocação foi rejeitado pela comissão em dezembro, mesmo diante das suspeitas levantadas.

Posição do presidente Lula

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não protegerá ninguém nas investigações, nem mesmo seus próprios filhos, caso haja envolvimento comprovado em irregularidades. “Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, declarou o mandatário, reforçando que a apuração será rigorosa e isenta, e que ninguém ficará acima da lei.

Lula disse ainda que a investigação levou quase dois anos por preocupação com seriedade e aprofundamento dos fatos, e que as apurações estão conducentes à devolução dos valores desviados e à responsabilização dos envolvidos.

Ações no TCU e pressões políticas

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou recentemente uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a investigação de possíveis irregularidades envolvendo Lulinha no caso do INSS, evidenciando a amplitude das pressões políticas em torno do tema.

Situação atual das apurações

Até o momento:

  • Não há provas públicas ou sentenças judiciais confirmando o envolvimento direto de Lulinha no esquema.

  • As investigações seguem sob sigilo e condução da PF, da CGU e da CPMI, com análises de documentos, movimentações financeiras e depoimentos.

  • O caso segue com forte repercussão política, com lideranças de oposição e governistas travando debates sobre transparência, responsabilidade e transparência no processo investigativo.