Em meio a crescentes tensões políticas nos Estados Unidos entre democratas e republicanos, a Suprema Corte, cuja maioria é conservadora por ter sido estabelecida durante a presidência de Donald Trump, tornou-se alvo de críticas e acusações de corrupção. Os ataques se intensificaram após a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, apresentar na quarta-feira, 10, um pedido de impeachment contra os juízes Clarence Thomas e Samuel Alito.
De acordo com a parlamentar, os membros aceitaram benefícios não declarados e participaram de casos que configuram conflitos de interesse. Ocasio-Cortez descreve as acusações como uma "crise constitucional ameaçadora para a democracia americana". Em resposta, o republicano e presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson, desprezou o documento. "Os artigos de impeachment são a última tentativa democrata de interferir com a Suprema Corte.(…) Eles vão direto para o lixo".
No início desta semana, os democratas de alto escalão, senador Sheldon Whitehouse e o presidente do Comitê de Finanças do Senado, Ron Wyden, solicitaram ao Procurador-Geral Merrick Garland a nomeação de um procurador especial para investigar o juiz Thomas após ele ter aceitado presentes luxuosos. Paralelo a isso, os dois principais democratas do Senado, o líder da maioria Chuck Schumer, de Nova York, e Dick Durbin, de Illinois, presidente do Comitê Judiciário, fizeram discursos no plenário criticando as decisões da corte e sua ética. Na fala, Schumer disse que pesquisava formas legais para retirar de Trump a imunidade presidencial concedida pela Corte na semana passada.
Por meio destas manobras eleitorais – com poucas chances de vigorar, já que o Congresso está dividido e com as pré-candidaturas em andamento – os democratas esperam concentrar as atenções dos eleitores na Corte para desfavorecer os republicanos, já que as últimas decisões causaram desaprovação pública, conforme apontam pesquisas recentes. Fonte: Dow Jones Newswires