Opinião

Novas considerações sobre a importância do Rodoanel

Diante da polêmica que se instala em Guarulhos diante da decisão do Governo do Estado em construir o trecho Norte do Rodoanel Mário Covas, que irá passar pelo município, é importante voltar ao tema para novas considerações. Até agora, o Dersa – Departamento de Estradas de Rodagem S/A -, empresa responsável pelo projeto e execução da obra, divulgou o traçado escolhido para  iniciar o processo de licenciamento ambiental. Bastou para que muita gente, sem se dar conta do que se trata, já saísse gritando ser contra, sem ao menos levar em consideração os prós e contras da rodovia metropolitana.


 


Óbvio que as questões ambientais devem ser priorizadas. Ninguém, em sã consciência, vai defender que haja desmatamento de áreas de mananciais ou mata nativa, por exemplo, sem a devida compensação. Aliás, o melhor exemplo de que a obra é possível sem grandes danos está no trecho Sul, inaugurado neste ano. Lá, o Rodoanel corta importantes áreas de mananciais, parte da Serra do Mar, as represas de Guarapiranga e Billings, sem – no entanto – representar um instrumento de destruição. Bem diferente disso. Basta passar por lá para ver como é possível executar uma obra responsável.


 


Mas existe outro ponto fundamental na discussão sobre o Rodoanel. Neste sentido, infelizmente, prevalece a  desinformação, plantada – inclusive – como forma de atrapalhar o processo.  Já há bastante gente falando que não aceitará a construção do Rodoanel em Guarulhos caso o Governo do Estado não concorde em construir acessos a diferentes bairros do município. Quem fala isso ou defende essa ideia, rigorosamente, não conhece o conceito que norteia a construção da rodovia metropolitana, que tem como principal objetivo interligar as diversas estradas – estaduais e federais – que chegam à Capital.


 


No caso de Guarulhos, que é cortada pela Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, além do Aeroporto Internacional, haverá – com certeza – pelo menos quatro acessos diretos ao Rodoanel, nos trechos Norte e Leste. Ou seja, a obra beneficiará diretamente o município, no momento em que o tráfego dessas rodovias passar a utilizar o Rodoanel em direção à Anchieta, Imigrantes, Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castelo Branco, Bandeirantes ou Anhanguera, sem continuar pela Dutra, Ayrton Senna ou Fernão Dias.


 


Dá para imaginar o número de veículos – sejam automóveis, caminhões e ônibus – que deixará de passar por Guarulhos, o que irá imediatamente desafogar o tráfego, principalmente, da Dutra, hoje utilizada como uma avenida pelos moradores da cidade e por quem trabalha aqui? Dá para imaginar como a Marginal Tietê, em São Paulo, ficará aliviada sem os caminhões hoje obrigados a utilizá-la? Os trechos Oeste e Sul, os dois já concluídos, não contam com acessos aos municípios por onde eles passam. As ligações com as cidades se dão pelas rodovias.


 


Guarulhos não pode ser um empecilho para o fechamento do anel que permitirá a circulação em volta da Capital, sem passar por ela. Que as pessoas envolvidas neste processo pensem duas vezes antes de sair batendo em algo que não sabem do que se trata.

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