Saúde

Novas diretrizes mundiais em atendimento de PCR

Estima-se que a parada cardiorrespiratória acomete cerca de 308 mil pessoas por ano no Brasil

Precisamente 100 compressões por minuto, realizadas na altura mediana do osso externo do tórax, com profundidade exata de 5 cm, para adultos e crianças, e 4 cm para bebês, pode significar mais do que salvar a vida de uma vítima de PCR (parada cardiorrespiratória). Essa ação simples até mesmo para quem não possui qualquer treino resulta em melhores condições de recuperação e em menor número de sequelas neurológicas nas vítimas desse mal – que, estima-se, acomete cerca de 308 mil pessoas por ano, no Brasil. Essas são duas das principais recomendações das novas diretrizes mundiais em atendimento de PCR, divulgadas simultaneamente, esta semana, em todos os países.

No atendimento médico-hospitalar, as novas Diretrizes Mundiais de Atendimento de PCR consagram a realização do cateterismo, com angioplastia (desobstrução da artéria) e implantação de stent, imediatamente após a parada cardiorrespiratória. E, em caso da presença de qualquer nível de dano neurológico, do emprego da hipotermia – técnica de diminuição controlada da temperatura do corpo, para recuperação de células e de tecidos danificados pela baixa oxigenação do sangue.

No que se refere à população, diz o documento, a orientação exata do número de compressões por minuto, com indicação precisa da profundidade da massagem, é determinante para o retorno da circulação espontânea do sangue e, por consequência, da sobrevivência com qualidade de vida. Estudos internacionais mostram que a sobrevida das vítimas de PCR pode chegar a 75% se a massagem cardíaca for realizada de maneira adequada e precoce, seguida de choque com desfibrilador, no prazo de três minutos desde a parada cardiorrespiratória.

As novas diretrizes recomendam ainda que somente pessoas treinadas em suporte básico de vida agreguem a ventilação pela boca a essa manobra básica de compressão torácica. Isso porque "ao se preocupar com a respiração ´boca a boca´, a pessoa não treinada diminui o número e a qualidade das compressões, o que não é adequado, já que são essas as manobras principais para a manutenção da vida em condições adequadas até que o socorro médico chegue", explica o diretor do Laboratório de Treinamento em Emergências Cardiovasculares do Incor.

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