Já chega a nove o número de corpos reconhecidos entre as 15 vítimas fatais no acidente ocorrido ontem com o ônibus que tombou em Paraty, na Costa Verde do Rio. Durante toda a manhã desta segunda-feira, parentes estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de Angra de Reis (município a 90 km de Paraty) em busca de informações sobre vítimas procuradas sem sucesso nos hospitais da região.
Foram identificados até agora Bruno Mariani da Silva, 26 anos, Juliana Rocha Medeiros, 26, Thalita Amâncio, Vanilda Santana Moura, 62, Gabriele Matheus de Macedo, 21, Robson Antunes Braga, 52, Cláudia Maria Arruda, 54, Kathllyn Fernandes Xavier, 18, e Tatiane de Assis Albuquerque, 38. Ao todo, são 15 vítimas fatais e há dificuldade para identificar os corpos porque as pessoas não portavam documentos.
O marido de Tatiane, Adaílton Braz, viajava a seu lado no ônibus. Ele sofreu ferimentos, está hospitalizado, mas não corre risco de morte. Braz ainda não foi informado sobre a morte da mulher por orientação da equipe médica.
O delegado que atendeu a ocorrência no momento do acidente, Marcio Teixeira de Melo, afirmou que foi encontrado o documento do ônibus que informava que o limite de passageiros era de 45, inferior ao total de vítimas atendidas nos hospitais: 66. Por isso, a polícia diz que é provável que o ônibus estivesse superlotado. Ainda assim, Melo afirmou que não é possível tirar qualquer conclusão sobre o caso. Durante as investigações os equipamentos do veículo foram periciados, inclusive o contador que contabiliza o número de passageiros.
Já o delegado que assumiu as investigações nesta segunda, João Dias, da Delegacia de Paraty, contou que ainda não teve acesso ao laudo para confirmar se o ônibus estava em velocidade acima do permitido, superlotado ou mesmo se as condições de manutenção eram inadequadas. A conclusão do laudo está previsto para sair em 30 dias. Na delegacia, passageiros contaram aos investigadores que minutos antes do acidente o motorista, Marcel Magalhães Silva, de 50 anos, disse que o ônibus estava com problema nos freios. Segundo o inspetor Santos, o motorista teria gritado “faltou freio” pouco antes do veículo tombar.
O irmão da Tatiane, Ericson de Albuquerque, esteve no início da tarde no IML. Ele contou que o marido dela relatou que o desastre foi muito violento e que a maioria dos sobreviventes, como ele, estava na parte de trás. Tatiane viajava durante o feriado com um grupo de amigos. Segundo os familiares, ela gostava muito da região e ia com frequência em Paraty acompanhada do marido e de amigos. A família disse que vai buscar a viação Colitur para que todos os custos com o transporte e sepultamento de Tatiane sejam arcados pela empresa, que já teria se prontificado em auxiliar os parentes.
Iara Cristina da Silva, funcionária de uma pousada em Trindade, estava esperando o filho Bruno Silva quando soube do acidente. Ele mora em São Paulo e deixou dois filhos, um menino de 6 anos e uma menina de 3 meses. “Era a primeira vez que meu filho me visitava em Trindade. Todos os dias eu pego esse mesmo ônibus lotado para ir e voltar do trabalho e rezo para que nada aconteça para mim e para os outros passageiros. Mas todo mundo sabe que as condições dos ônibus são precárias”, afirmou ela.