Cidades

Novo comando verde

O ex-vereador Antonio D´Agostino deverá ficar com o controle do Partido Verde em Guarulhos depois de uma série de trapalhadas jurídicas, políticas e eleitorais, sempre com a chancela de Jovino Cândido. Terá a difícil tarefa de reconstruir uma legenda, que foi destruída a partir dos devaneios do ex-prefeito que fez uma série de lambanças à frente do partido nos últimos anos, período em que se colocou como o dono da chave e só acumulou derrotas. 
 
Perderam todos
Para ficar com o controle do PV, D´Agostino conta com recente vitória judicial obtida em Brasília em embate com o também ex-vereador Americano (PHS), que tentava confirmar a coligação proporcional firmada entre os dois partidos, mas não reconhecida pela Justiça Eleitoral. O presidente da Guarucoop teve expressiva votação, mas não se reelegeu porque os votos em sua legenda foram insuficientes para seu partido fazer uma cadeira. Se agregasse os votos recebidos pelo PV, a coligação teria um lugar na Câmara, que seria de Americano.  Resultado, nem PHS, nem PV elegeram um parlamentar sequer. 
 
O pai da discórdia
Pode-se creditar a Jovino toda a desgraça vivida pelo PV. Não fosse por sua intransigência, a Prefeitura hoje estaria nas mãos do partido. Foi o ex-prefeito que fez tudo que podia para tirar Guti, o último vereador eleito pelos verdes, em 2012, da legenda. Tanto armou, que o atual mandatário do Executivo, que era chamado de “menino” por Jovino, migrou para o PSB, conseguiu se candidatar a prefeito no ano passado e se elegeu. 
 
Dividir para?
Pensando apenas em se dar bem com as eleições, Jovino fez com que o PV se dividisse, a ponto de boa parte do partido não seguir a decisão da convenção, que o colocou como vice de Martello. Para piorar, durante o processo eleitoral, o PHS – que foi de corpo e alma à candidatura do PSD no 1º turno – acabou perdendo sua cadeira na Câmara, da mesma forma que os verdes. D´Agostino, por sua vez, herdou seis meses de mandato como vereador no ano passado, quando Guti deixou o cargo em meados de 2016. E só. 
 
Ficou a fama
Jovino, que já era considerado morto eleitoralmente depois que perdeu diversos pleitos seguidos, conseguiu “vender” para Martello a falsa impressão que era o vice perfeito para alavancar a candidatura do empresário. Morreram abraçados. No meio político, ficou a impressão que o ex-prefeito recebeu mais de 800 mil agrados apenas para ser um mero figurante. A imagem de Jovino de tão desgastada que já estava pouco ou nada agregou à campanha derrotada do dono da pedreira. Aliás, Martello – apesar de gastar mudos e fundos com as pessoas erradas –  saiu das eleições com a fama de mau pagador.  
 

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