O imbróglio envolvendo o departamento de Tecnologia da Informação (TI) da Câmara parece não ter fim. Após o desaparecimento do banco de dados com informações da Diretoria de Plenário, entre maio e dezembro de 2010, e a exoneração da então responsável pelo departamento, Fernanda Aparecida de Lima, na última sexta-feira, o presidente do Legislativo, Eduardo Soltur (PV), pode novamente colocar a instituição no centro das atenções.
Isto porque ele escolheu como novo diretor de TI o servidor Marcos Dias Júnior, alvo de sindicância em 2010. Marquinhos, como é conhecido, foi acusado de invadir a rede de dados do Legislativo se valendo da senha da esposa, Fátima Aparecida Ramos Dias, funcionária da Diretoria de Plenário.
A sindicância foi instaurada em 14 maio de 2010, após o diretor de TI à época, Gino Fanucchi, identificar problemas na internet e rede de dados, oriundos de acessos indevidos e a suposta instalação de programas que pudessem sabotar a performance do sistema. Em monitoramento, o departamento teria flagrado, por meio de fotos, o acesso externo pelo usuário "Fátima". À comissão,a funcionária confirmou o acesso, justificando que tinha autorização para finalizar trabalhos em sua residência, mas negou a instalação de qualquer programa danoso ao Legislativo.
Diante das acusações, Marquinhos denunciou a tentativa de criação de um suposto esquema de corrupção, por meio da compra de equipamentos de informática na gestão de Alan Neto. Relatou supostas ameaças se negar a participar do esquema. Segundo ele, as fotos da invasão seriam fruto de montagem e as acusações, represália por não ter aceitado o "negócio".
Em depoimento, Marquinhos relatou que o então diretor de TI e Arminar Rodrigues Moreira Júnior, funcionário do departamento, teriam proposto que ele ajudasse a desestabilizar o sistema, na tentativa de justificar a contratação de uma empresa para refazer a rede de dados e a compra de novos equipamentos de informática, mediante repasse de "comissão".