As autoridades da China cancelaram centenas de voos, fecharam escolas e iniciaram uma grande campanha de testes para conter um novo foco de covid-19 vinculado a um grupo de turistas em viagem doméstica pelo país. A origem do surto está ligada a um casal de idosos que viajava com um grupo de turismo. Eles iniciaram o deslocamento em Xangai, antes de voar para Xi an (centro) e as províncias de Gansu e Mongólia Interior (norte).
Desde então, foram detectados dezenas de casos vinculados, com contatos próximos em pelo menos cinco províncias e regiões, incluindo a capital Pequim. Nesta quinta-feira, 21, a Comissão Nacional de Saúde da China notificou 13 novos contágios locais, elevando o número total de 16 a 42 no mês de outubro.
Uma divisão administrativa na região chinesa da Mongólia Interior disse no final da quarta-feira ter imposto um bloqueio e que testaria sua população de 180.000 habitantes, depois que a cidade de Erenhot e uma divisão chamada Ejina Banner impediram a saída de pessoas em meio a surtos locais.
Os lockdowns são pequenos em comparação com os vistos no início de 2020 na cidade de Wuhan. O último foco de covid, envolvendo principalmente o norte e noroeste da China, chegou à capital, Pequim, e à vizinha província de Hebei, onde as autoridades prometeram medidas rigorosas contra o vírus ao intensificarem os preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em fevereiro.
O único caso local relatado em Pequim, em 19 de outubro, foi o primeiro desde agosto.
Na severa estratégia chinesa anticovid, que tem o objetivo de eliminar todos os casos, as autoridades das áreas afetadas adotaram testes em larga escala, fecharam pontos turísticos, escolas e áreas de entretenimento e ordenaram confinamentos em alguns complexos residenciais.
Em algumas localidades, como a cidade de Lanzhou, capital de Gansu, com quatro milhões de habitantes, as autoridades pediram aos moradores que não saiam de casa se não for necessário. E em caso de necessidade, apenas com teste negativo de covid-19.
Os aeroportos nas regiões afetadas cancelaram dezenas de voos, segundo o site VariFlight. Quase 60% dos voos para os principais aeroportos de Xi an e Lanzhou foram suspensos.
Jiuquan, onde o estado chinês lança frequentemente foguetes, ainda não detectou nenhum caso local, mas as autoridades já cancelaram eventos culturais previstos, como exposições.
Expace, uma empresa aeroespacial apoiada pelo estado, disse na terça-feira que havia adiado os trabalhos de uma missão envolvendo o foguete Kuaizhou 1-A em Jiuquan como parte do controle de epidemias. Os funcionários foram obrigados a entrar no modo "semi-lockdown" e evitar o contato com o exterior. (Com agências internacionais).