Economia

Novo presidente da ACSP diz que governo Dilma despertou após manifestações

O empresário Alencar Burti afirmou nesta segunda-feira, 23, que somente após as manifestações de ruas, que tiveram a participação de mais de dois milhões de pessoas no último dia 15, é que o governo da presidente Dilma Rousseff despertou para uma realidade que não queria aceitar. A afirmação foi feita após cerimônia de sua posse nas presidências da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

“Ouvindo a voz da sociedade, (o governo) poderá encontrar soluções que ele não imaginava”, disse Burti. Apesar das críticas, o empresário disse que é contra o impeachment e que a crise tem uma grande virtude, que é aprender com o que ela diz e buscar as soluções nos responsáveis pelos destinos no País, seja na área empresarial ou na política. Na sua avaliação, sem a participação de todos e sem responsabilidade dentro dos princípios de ética, não há solução. “Nos meus 85 anos já vivi tantas crises, em vários setores… Por isso não devemos ter medo da crise porque sempre existe uma solução.”

A cerimônia de posse, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, contou com a participação de representantes do setor de varejo de todo o País, de políticos e do ministro da Pequena e Micro Empresa, Guilherme Afif Domingos. No discurso, Burti falou que é preciso superar os problemas. O mesmo mote foi utilizado pelo ministro Afif. Segundo ele, nos momentos de turbulência, “quando se fala até demais na crise”, não se pode esmorecer. “Temos de avançar com este espírito de luta e empreendedorismo.”

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), lembrou em seu discurso que todo momento de crise é uma oportunidade para o crescimento. E disse que sociedade, empresários, governo e classe política devem caminhar juntos em prol de um Brasil melhor.

Haddad e as ciclovias

Alencar Burti criticou nesta segunda-feira o projeto de ciclovias do prefeito da capital, Fernando Haddad (PT). “Daqui a pouco não vai ter lugar nem para os pedestres e para os automóveis, de tanta faixa que a gente vê. Acho que o prefeito não compreendeu a grandiosidade da cidade de São Paulo.” Segundo o empresário, não dá para querer implementar em um ano coisas que têm tradição, por exemplo, de quase 500 anos em outras localidades.

Ele diz que a ideia das ciclovias é boa, mas o prefeito deveria se concentrar, neste momento, nas faixas dos ônibus, que transportam maior número de pessoas. “Precisamos pensar e planejar as ciclovias para ver com todos os setores se isso é hoje o melhor para a cidade ou pode criar mais problemas.”

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