O novo presidente do Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês), Kazuo Ueda, sinalizou nesta segunda-feira, 10, que não pretende alterar no curto prazo os pilares da atual política monetária do país, incluindo o controle da curva de juros e a taxa de juros negativa.
Na primeira coletiva de imprensa desde que assumiu o cargo, no domingo, 9, Ueda disse que o BoJ precisa manter seu instrumento de curva de juros, que estabelece um teto de 0,50% para o rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos.
No fim da tarde desta segunda-feira em Tóquio, o juro do JGB de 10 anos estava em 0,46%, ante 0,455% na sexta-feira, 7, e 0,24% em meados de março.
Ueda disse também ser apropriado que o BoJ mantenha sua taxa de juros negativa para depósitos, atualmente em 0,10%. "Aumentos expressivos de juros não são possíveis no Japão, por enquanto", afirmou.
Ainda na coletiva, Ueda enfatizou que o BoJ seguirá adiante com a atual postura acomodatícia, mas admitiu que é difícil impulsionar o crescimento no longo prazo apenas com as ferramentas de política monetária.
Mais adiante, contudo, Ueda disse ser possível que o BoJ faça uma revisão abrangente dos atuais estímulos monetários.
Ueda prometeu também que o BoJ tentará atingir sua meta de inflação de 2% de forma estável e sustentável "o mais breve possível", destacando, no entanto, que "não se trata de uma meta fácil".
Ueda disse ainda que o BoJ manterá comunicação "próxima" com o governo. Em encontro mais cedo, Ueda e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, avaliaram não haver necessidade de revisar o atual comunicado conjunto entre o BoJ e o governo sobre os papéis de ambos no combate à inflação.
<i>*Com informações da Dow Jones Newswires</i>