Policial

Novo seccional considera Guarulhos o maior desafio de sua carreira

Para Paula Santos, como é conhecido, uma de suas prioridades é a transferência de alguns distritos policias para locais adequados e com melhor infraestrutura

Ao definir sua expectativa à frente da Delegacia Seccional de Guarulhos, o novo titular, Marco Antônio Pereira Novaes de Paula Santos, 56 anos de idade e 37 de carreira, disse que considera Guarulhos uma cidade com mais problemas urbanos entre aquelas em que ele já atuou. "Quero mais motivação policial, qualidade e melhoria nas investigações".

Paula Santos, como é conhecido, disse que uma de suas prioridades é a transferência de alguns distritos policias para locais adequados e com melhor infraestrutura. Ele ressalta que não irá mais permitir que as delegacias funcionem como depósitos de máquinas de caça-níqueis.

O novo delegado, que assumiu o cargo em Guarulhos no começo desta semana, já possui passagens pelas seccionais de São Bernardo do Campo e das regiões Norte, Leste e Central, além do Departamento de Narcóticos (Denarc), menciona que o Estado irá destinar recursos para a locação de imóveis para acomodar o 2º, 3º e 8º DPs, que estão em condições precárias em suas instalações.

"No entanto, com dinheiro público, nada é imediato. Não temos previsão", diz Marco Antonio, que ainda ressalta a dificuldade dos delegados em encontrar imóveis aptos a se tornarem sede. "Se não conseguirmos imóveis, o Estado deve construir prédios para a instalação de delegacias de Guarulhos", destaca, lembrando que neste caso a previsão é para 2012. Dos distritos policiais do município, somente dois têm sede própria.

Em relação a grande quantidade de máquinas caça-níqueis nas instalações de alguns DPs, como no 3º e no 7º onde o problema é considerado mais grave, ele pretende encaminhar para destruição o quanto antes. A estrutura física dos prédios e o atendimento prestado são as principais reclamações de quem precisar registrar uma ocorrência.

Interação – Outra questão ressaltada pelo novo seccional é o relacionamento da Polícia Civil com a população. Ele explica a estrutura física ruim dos DPs está entre os fatores que provocam distância entre o cidadão e a polícia. "Muitas vezes o profissional está insatisfeito com o ambiente de trabalho e a população, que chega ao local tem uma má impressão".

Não só a relação com a população pode ser estreitada. "A Polícia Militar tem papel fundamental, já que tem a função de prevenir ocorrências. Queremos maior aproximação com a corporação".

Demandas desnecessárias atrapalham atendimento

Apesar da possibilidade de registrar um boletim de ocorrência online, pelo site da Secretaria de Segurança Pública (www.ssp.sp.gov.br), ao ser questionado sobre a demora para o atendimento nos Distritos, o delegado Paula Santos atribui o problema a demandas desnecessárias, geradas a partir da burocratização em diferentes setores. "É o caso de bancos de exigem que seus clientes tenham um BO para algum tipo de resolução de problemas. Isto ocupa profissionais que poderiam estar concentrados em casos em que é extremamente necessária a ação da polícia".

O seccional explica que a demora não pode estar relacionada a eficiência dos sistemas e equipamentos utilizados nas delegacias, os quais ele considera capaz de suprir a necessidade nas sedes.

Para ele, o número de demandas nos DPs  é provocado por uma "cultura, um hábito, que dá a ideia de que o profissional de polícia é para coisas pequenas, enquanto a segurança pública precisa da polícia para soluções sérias". Neste sentido, o delegado não descarta a possibilidade de instalar um sistema de autoatendimento nos distritos, a fim de que as pessoas registrem as queixas, que seriam vistas depois pelos policiais.

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