Com pouco tempo no cargo de técnico da seleção masculina de handebol – era auxiliar de Jordi Ribera e foi efetivado depois que o contrato do espanhol acabou ao fim dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, em agosto -, Washington Nunes já tem um desafio e tanto pela frente. Nesta quinta-feira, definiu os 16 jogadores que representarão o Brasil no Mundial da França, a partir de 11 de janeiro.
Como já era previsto, o treinador optou por manter a base da equipe que disputou a Olimpíada – caiu nas quartas de final para a França – e acrescentou alguns jovens talentos que irão completar o elenco. Antes da estreia no Mundial, no dia 11, em Paris, contra os donos da casa, a seleção embarca no dia 2 para uma última fase preparatória na Suíça, onde irá disputar também um torneio amistoso contra os próprios suíços, a Eslováquia e a Romênia.
No percurso desde antes do Rio-2016, a equipe sofreu algumas perdas importantes por lesões e, além disso, está passando por um processo de início de um novo ciclo. “A escolha dos jogadores se deu tentando, da melhor forma, manter a base da Olimpíada. Dos 14 que estiveram no Rio, teremos 11 no Mundial. Daquela lista estão fora Diogo, pois entramos em um início de renovação, Léo e Alemão, que estão fora por problemas de lesão”, explicou o treinador.
Washington Nunes fez algumas escolhas que demonstram o pensamento também de olho no futuro da equipe e não somente no presente, mesclando jogadores experientes com alguns bastante jovens, mas já com destaque até mesmo internacional. “Resolvemos optar pela entrada do Ceretta, que é um lateral direito muito jovem e competente, que apostamos em um futuro brilhante. Acho que essa experiência de passar por esse Mundial vai dar bagagem para ele. Na ponta esquerda tivemos uma situação difícil porque perdemos Alemão e Borges. Esses dois jogadores foram fundamentais em todo o andamento do ciclo olímpico passado. Cleryston e Guilherme foram escolhidos para essa posição. O Cauê, que havia sido convocado para o Quatro Nações, teve uma fratura no pé e vai ter que ficar fora”, explicou.
O técnico acredita que toda a experiência que o Brasil vem obtendo nas últimas competições possa contar nesse Mundial. “Nossa expectativa é a melhor possível. Saímos muito bem dos Jogos Olímpicos. Temos pretensão de chegar novamente às oitavas de final e passar por esse obstáculo. Nos últimos dois Mundiais conseguimos ir para as oitavas, então temos que pensar para a frente. A chave é muito dura, mas vemos possibilidade de dar continuidade, inclusive depois dos cruzamentos”, disse. Além da França, os brasileiros jogarão contra Polônia, Japão, Noruega e Rússia.
Indo além, o treinador já pensa no futuro e ressalta que o trabalho de agora é uma constante e tudo pode ser visto como preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. “Tudo que fazemos hoje com a Confederação visa um planejamento e o pico disso vai ser 2020. Tudo que começamos agora já visa 2020, 2024, assim como o Mundial que será daqui a um mês. Vejo como um trem que está andando e muitas coisas vão acontecendo nesse caminho. Alguns meninos são muito jovens. O caminho ainda é longo”, encerrou.
Confira a convocação da seleção masculina de handebol:
Goleiros – César Augusto de Almeida “Bombom” (OIF Arendal-Noruega) e Maik Santos (AL-Rayyan-Catar)
Armadores – Gabriel Ceretta Jung (Barcelona-Espanha), Haniel Lângaro (Naturhouse La Rioja-Espanha), José Guilherme de Toledo (Orlen Wisla Plock-Hungria), Oswaldo Maestro Guimarães (Anaitasuna-Espanha), Thiago Alves Ponciano (Ciudad Encantada-Espanha) e Thiagus Petrus Gonçalves dos Santos (Mol-Pick Szeged-Hungria)
Centrais – Henrique Teixeira (Huesca-Espanha) e João Pedro Francisco da Silva (Chambery Savoie Handball-França).
Pontas – Claryston David Cordeiro Novais (ADJF/Independência Trade-MG), KIF Kolding Kobenhav-Dinamarca), Guilherme Torriani (Vegus/Guarulhos-SP) e Lucas Cândido (Guadalajara-Espanha)
Pivôs – Alexandro Pozzer (Fertiberia Puerto Sagunto-Espanha) e Rogério Moraes (WC Vardar-Macedônia)