A saída do vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) da Secel dá novos ares à administração do prefeito Guti (PSB), que consegue finalmente impor uma cara mais sua ao secretariado. Além de indicar uma técnica, Marli Nabas, para a Educação, ele conseguiu recompor pastas muito importantes com nomes mais próximos a ele. Na Gestão, a entrada de Eduardo Kamei, que deixa a presidência do Ipref, no lugar de Nilson Gonçalves, outra liderança da Rede que saiu do governo, garante um primeiro escalão muito mais equilibrado e que fala a mesma língua.
Em boca fechada
O vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) está dando aula de como não deve se comportar um político demitido de seu cargo. A cada declaração pública que faz, consegue se enrolar mais e mais. Desde o momento em que deixou a sala do prefeito Guti (PSB), na quinta-feira, ele vem tropeçando na própria língua. A reação imediata, de sair atirando, como forma de se proteger e justificar a demissão como erro dos outros, é até natural. Já a repetição de erros o coloca numa situação um tanto constrangedora.
E a educação?
A invasão da coletiva de Guti na sexta-feira pela manhã demonstrou falta de educação. Afinal, ele não havia sido chamado para a entrevista, que tratava de vários assuntos, que incluíam sua substituição. A saia justa só serviu para demonstrar certa instabilidade emocional diante da adversidade. Ainda mais que aquilo ocorreu em um momento de calor, quando ele não sabia ainda se atacava Guti, se o preservava, falava em formação de quadrilha, em pedir sindicâncias, pregava investigações, entre outras teses que não se sustentavam.
Mais corda
Nesta semana, quando os ânimos já deveriam estar bem mais calmos, ele passou a visitar programas de TV para dar entrevistas e mostrar que está de peito aberto, “em defesa da população”. No entanto, a cada fala, Zeitune conseguiu dar mais corda para ele próprio se enforcar. Na sexta-feira, ele dizia que já tinha protocolado denúncias sobre a tentativa de volta de uma “quadrilha” ao Ministério Público Estadual. Nesta terça-feira, em entrevista ao programa Radar de Notícias já disse que não. Que só encaminhou à Corregedoria da Prefeitura.
Jornalecos?
Não bastasse as falas evasivas, já que denuncia, mas não apresenta nomes, fala de vereadores, mas não cita quais, discorre sobre boatos na administração, mas não revela os teores, o vice-prefeito partiu para cima da imprensa. Na segunda-feira, em entrevista ao programa Fato em Debate, falou sobre “jornalistas de plantão” que plantam notícias na mídia local. No dia seguinte, tratou os veículos de comunicação como “jornalecos”.
Até tu?
As trapalhadas verbais de Zeitune foram tantas que até lideranças que sempre se posicionaram politicamente contra Guti passaram a se manifestar nas redes sociais, mostrando as escorregadas do vice-prefeito. Rabih Khalil, que durante toda a campanha do ano passado foi um dos maiores escudeiros do candidato do DEM, Eli Correa Filho, listou uma série de falas evasivas do agora vice-prefeito.