Guarulhos registrou em 2022 um total de 45 homicídios de mulheres. O número é quase a metade do acumulado de 2019, quando a cidade teve 80 crimes desta natureza. Os dados constam no Mapa da Violência contra as Mulheres, elaborado pela Subsecretaria de Políticas para Mulheres e divulgado nesta quinta-feira (30). O arquivo completo pode ser consultado no link https://bit.ly/MapadaViolencia22. Em 2020, o total de mortes violentas de mulheres foi ainda maior, chegando a 94, caindo para 45 em 2021 e mantendo o mesmo número em 2021.
Os homicídios contra mulheres não podem ser considerados feminicídios, já que estes se referem apenas aos assassinatos ocorridos pelo fato da vítima ser mulher. Neste levantamento, não há esta separação.
Por outro lado o total de boletins de ocorrência envolvendo crimes contra mulheres registrados nas delegacias de Guarulhos em 2022 cresceu 8% em relação ao ano anterior, quando foram lavrados 9.410 boletins. Neste ano, foram 10.180.
O levantamento aponta também os dez bairros com os maiores índices de violência contra as mulheres, que juntos somaram 5.375 registros, os quais representam 53% dos boletins de ocorrência. Em primeiro lugar está o Pimentas, com 1.245 casos registrados, seguido de Cumbica (718), Bonsucesso (629), Jardim São João (560), Taboão (522), Cabuçu (437), Picanço (388), Jardim Presidente Dutra (345), Vila Rio de Janeiro (289) e Vila Galvão (242).
“Garantir políticas públicas assertivas é uma forma eficaz de tentar minimizar esses números, seja para garantir a segurança e a integridade física, sexual, psicológica e patrimonial da mulher, ou então para romper a cultura machista da sociedade e garantir o pleno empoderamento feminino”, afirmou a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Verinha Souza.
As informações foram obtidas no Registro Digital de Ocorrências da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e analisadas pelas equipes da Prefeitura de Guarulhos.
Atendimento às mulheres
Para prevenir a violência doméstica, Guarulhos disponibiliza seis unidades das Casas e Espaço da Mulher Clara Maria (Pimentas, Haroldo Veloso, Vila Galvão, Recreio São Jorge, Jardim Bom Clima e Jardim Ponte Alta), as quais realizam cursos, oficinas e rodas de conversa sobre assuntos como geração de renda, relacionamento abusivo, empreendedorismo, entre outros. Confira os endereços em https://www.guarulhos.sp.gov.br/casa-da-mulher-clara-maria.
Esses locais atendem mulheres de várias faixas etárias, com baixa renda e pouca escolaridade com o objetivo de informar e promover a autoestima, a autonomia financeira e a igualdade de gênero, além de contribuir para o empoderamento da mulher para que ela consiga romper o ciclo de violência.
Já para as vitimadas a assistência é feita pela Casa das Rosas Margaridas e Betes, o Centro de Referência de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica (rua Paulo José Bazzani, 47, Macedo). O espaço presta acolhimento, acompanhamento psicossocial, orientação jurídica e encaminhamento para serviços de saúde, moradia e alimentação.