Noticia-geral

Número de mortos pela PM sobe 17% no primeiro trimestre

A Polícia Militar de São Paulo foi responsável por 185 mortes nos primeiros três meses deste ano. Ou seja: 14% das pessoas mortas em São Paulo perderam a vida em decorrência de ações policiais. O dado representa aumento de 17% em relação às 157 mortes praticadas por policiais no primeiro trimestre de 2014 – que já tinha sido o mais violento da história da PM desde o ano de 1992, quando aconteceu o Massacre do Carandiru.

Os dados divulgados ontem, 24, mostram que, além de matar mais, a Polícia Militar tem deixado menos suspeitos feridos. Nos três primeiros meses de 2015, 105 pessoas se feriram em confrontos com a PM. No primeiro trimestre de 2014, 142 suspeitos haviam ficado feridos em supostos tiroteios e puderam ser presos e julgados.

As estatísticas divulgadas ontem mantiveram uma informação incorreta que a Secretaria de Estado da Segurança Pública vem mantendo. De maneira inverídica, informa que não há registros de mortes praticadas por policias militares de folga no Estado. No ano passado, embora os dados também mostrassem essa mesma informação, 255 pessoas haviam sido mortas por policiais militares de folga, conforme o Estado publicou há cerca de um mês. A secretaria argumenta que os números são publicados no Diário Oficial do Estado.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, avaliou o aumento das mortes: “A PM não está matando. Ela está trabalhando. A letalidade deve ser comparada de forma anual”. Moraes citou o aumento da “belicosidade da criminalidade” para justificar a disparada. “A troca de tiros acaba gerando mortes de um lado e de outro. E houve aumento de 64% nos confrontos. Obviamente a polícia não vai se acovardar diante da agressividade dos criminosos”, disse.

O número de mortes de policiais militares no período, entretanto, não permite chegar às conclusões apresentadas pelo secretário. Houve estabilidade do número de PMs vítimas de bandidos em confrontos. Entre janeiro e março deste ano, quatro agentes foram assassinados (dois na capital, um na Grande São Paulo e um no interior). No mesmo período de 2014, foram três mortes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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