O número de multas de trânsito aplicadas com radares voltou a crescer no último mês de julho em Guarulhos, depois que a cidade teve em junho a maior queda desde a implantação dos equipamentos eletrônicos, ocorrida em março do ano passado. Em abril, a empresa contratada pelo Município para operar os radares começou a retirar os equipamentos da cidade, após não chegar a um acordo com a Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) para a renovação do contrato. No início de maio, houve a contratação emergencial de outra empresa, fato que está sendo investigado pelo Ministério Público.
Em julho, segundo números divulgados no Diário Oficial do Municipio, a Prefeitura emitiu 17.746 multas (R$ 1,87 milhão) contra as 15.904 do mês anterior (R$ 1,66 milhão). Apesar do número baixo de multas emitidas em junho, a arrecadação aos cofres públicos não foi afetada naquele mês, já que foi o período – dos últimos 12 meses – com maior entrada. No total foram pagas 45.176 infrações, que equivale a uma arrecadação superior a R$ 4,31 milhões.
Até ontem, a STT não havia disponibilizado no site os dados referentes ao mês de agosto. Todos os 65 radares que foram retirados das principais vias da cidade já estão novamente em operação. Os últimos 14 foram implantados no final do mês passado, mesmo após instauração de inquérito por parte do Ministério Público, em relação a denúncia encaminhada pelos vereadores Geraldo Celestino e Romildo Santos, para apurar a contratação emergencial da Serget Serviços de Trânsito, a STT, que atualmente está responsável pelo serviço.
Questionamentos – No cruzamento da rua River com Estrada da Água Chata, na região dos Pimentas, motoristas que trafegam pela região, desde a implantação dos novos radares no local, alegam que estão sendo autuados sistematicamente, sem que cometam qualquer infração de trânsito.
"Entre os dias 12 e 31 de agosto recebi cinco multas, todas no mesmo lugar por excesso de velocidade", comentou o gestor Osvaldo Ronzane Attard, 46 anos. "São multas absurdas, constando variações no limite de velocidade entre 70 a 90 quilômetros por hora em um trecho que é praticamente impossível atingir essa velocidade visto que o local é um cruzamento. Com isso recebi 24 pontos na habilitação e mais de R$ 530 de prejuízo".
O mesmo problema vem ocorrendo com o analista Wagner Braga, 28, que mora no Parque Piratininga. Do dia 13 do mês passado até o último dia 1 de setembro, também foi contemplado com seis infrações de trânsito no mesmo local.
"Várias pessoas estão levando multa por excesso de velocidade em um cruzamento onde a velocidade máxima que pode se atingir é de 40 km/h, justamente por existir uma curva fechada no local. Até agora ninguém tomou providências. A multa é de R$ 575 e sete pontos na carteira".
Jose Romildo Rodrigues dos Santos, 26, recebeu três notificações em casa e conta que, após contato com a STT, um dos funcionários informou que suas multas seriam canceladas. "Mas até agora nada. A gente tem um prazo para recorrer. Não podemos ser penalizados por motivo de omissão da administração pública".