O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta sexta-feira, 16, que pretende comparecer ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, no dia 25. "(Bolsonaro) Deve me apoiar, portanto, evidentemente, eu preciso ser solidário e parceiro", disse o prefeito, acrescentando ter "gratidão" ao ex-presidente. O emedebista busca a reeleição no pleito de outubro, com apoio do ex-chefe do Executivo federal.
A expectativa é a de que Nunes participe da manifestação junto o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Se ele (Tarcísio) me der uma carona", brincou o emedebista. Tarcísio confirmou presença na manifestação em desagravo ao seu padrinho político. "Essa será uma manifestação pacífica de apoio ao presidente, e eu vou estar ao lado do presidente Bolsonaro, como sempre estive", declarou o governador de São Paulo. Outro governador que estará presente será Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.
Bolsonaro convocou a manifestação depois de ter sido um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, na última semana, quando teve de entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado que impediria as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
<b>Faixas</b>
Nunes afirmou que uma manifestação é algo de "mais importante que tem no sistema democrático", e que viu com bons olhos o gesto de Bolsonaro de pedir que apoiadores não levem faixas contra "quem quer que seja". "Eu fiquei muito feliz com a forma com que ele colocou de dizer Não levem faixas e cartazes ofendendo ninguém ", disse o prefeito durante entrevista coletiva na manhã de ontem.
O pastor evangélico Silas Malafaia é um dos idealizadores do ato e alugou um trio elétrico onde o ex-presidente fará um discurso. Outros envolvidos na organização da manifestação são o ex-ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência (Secom) Fabio Wajngarten e o deputado federal Zucco (PL-RS).
Ao <b>Estadão</b>, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro da Casa Civil na gestão de Bolsonaro, disse que vai comparecer ao evento. Quem também confirmou presença foi o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que, na gestão passada, chefiou o Ministério do Meio Ambiente.
Outros dois ex-ministros que agora são senadores disseram que vão à Paulista no dia 25: Jorge Seif (PL-SC) e Marcos Pontes (PL-SP). Seif chefiava a Secretaria de Pesca e Aquicultura, enquanto o astronauta Marcos Pontes comandou a Ciência e Tecnologia.
Alvo de uma operação da PF no mês passado, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da Oposição na Câmara, é um dos principais aliados do ex-presidente que estarão no evento. Jordy teve endereços vasculhados na Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis por planejar, incitar e executar o 8 de Janeiro. O parlamentar entrou na mira da PF após serem encontradas mensagens trocadas com um suspeito de organizar bloqueios de estradas no interior do Rio após as eleições de 2022. Ele negou as acusações.
<b>Faltas</b>
Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) não vai comparecer por estar fora do País. Gladson Cameli (PP), governador do Acre, disse que estará participando de evento no Oriente Médio e não poderá ir à Paulista. Por causa de compromissos no Estado, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), será outra ausência.
Luciano Hang, empresário e dono da rede de lojas Havan que se tornou figura constante em manifestações bolsonaristas, não deve participar do ato na capital paulista. Ele disse que, está "100% focado" em suas atividades empresariais "e assim continuará, sem participar de agendas políticas".
Outros aliados do ex-presidente também justificaram a ausência no ato do dia 25. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que terá agendas oficiais no dia da manifestação. O ex-ministro Onyx Lorenzoni declarou que está fazendo uma pós-graduação em Portugal e, por isso, não terá como comparecer à manifestação.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>